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Resposta farmacológica, esclerose hipocampal e inflamação em epilepsia do lobo temporal mesial: efeito sobre metabólitos hipocampais medidos por espectroscopia de prótons por ressonância magnética = Pharmacoresponse, hippocampal sclerosis and inflammation in mesial temporal lobe epilepsy: influence on metabolites measured by proton magnetic resonance spectroscopy

Texto completo
Autor(es):
Luciana Ramalho Pimentel da Silva
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências Médicas
Data de defesa:
Membros da banca:
Fernando Cendes; Ana Carolina Coan; Marcondes Cavalcante Franca Junior; Luiz Eduardo Betting; Carlos Eduardo Soares Silvado
Orientador: Fernando Cendes
Resumo

Introdução: A epilepsia do lobo temporal mesial é uma patologia heterogênea que pode se apresentar com ou sem uma lesão detectável ao exame de ressonância magnética (RM), mais comumente a esclerose hipocampal (EH). Cerca de 70% dos pacientes com ELTM-EH desenvolvem farmacoresistência e são, portanto, candidatos cirúrgicos. Entretanto, há também pacientes com ressonância normal e aqueles com adequado controle de crises. Alterações metabólicas e inflamatórias têm sido relacionada a crises focais e podem estar envolvidas com a farmacoresistência, processo ainda pouco elucidado. A espectroscopia de prótons por ressonância magnética (1H-MRS) é uma técnica de análise metabólica in vivo não invasiva capaz de quantificar marcadores de células nervosas e inflamação. A compreensão das alterações associadas à resposta farmacológica, presença e lado da EH, e processos inflamatórios subjacentes em ELTM pode contribuir para o desenvolvimento de melhores abordagens terapêuticas, considerando-se os diferentes perfis da doença. Objetivos: Avaliar o efeito da resposta farmacológica, presença e lado da EH sobre os metabólitos N-acetilaspartato (NAA, marcador de neurônios), mio-inositol (mIns, marcador de gliose) e glutamato (Glu, neurotransmissor excitatório implicado na epileptogênese e excitoxicidade), indicativos de alterações estruturais, funcionais e inflamatórias em ELTM. Analisar a relação entre inflamação periférica e a falha terapêutica. Métodos: Foi realizada quantificação de NAA total, mIns e Glx (Glu total) em proporção à creatina (Cr) medidos por 1H-MRS, utilizando-se o LCModel. Foram obtidos o volume hipocampal normalizado de cada indivíduo, por segmentação automática utilizando-se o Freesurfer. Por fim, foram medidos os níveis séricos do fator de necrose tumoral alfa (TNF?), IL 1? e IL6, quantificados por imunoensaio multiplex. Os dados foram analisados de acordo com a resposta farmacológica, dividida em indivíduos farmacoresistentes (AED-R) ou livres de crises (SzF) e com a presença e lado da EH, dividida em RM-negativa, EH-direita e EH-esquerda ou segundo a combinação de ambos os preditores categóricos. Todas as análises incluíram um grupo controle. Resultados: Foram adquiridos dados estruturais e metabólicos de 195 indivíduos. Após análise da qualidade dos dados e aplicação dos critérios de exclusão, foram inclusos 92 indivíduos com ELTM e 50 controles (análise de inflamação: 70 pacientes ELTM, 32 controles). A resposta farmacológica, a presença e lado da EH afetaram independentemente os níveis de NAA/Cr e mIns/Cr. Pacientes AED-R e com EH-esquerda apresentaram diminuição bilateral de NAA/Cr, enquanto no grupo EH-direita foi apenas unilateral. Houve aumento de mIns/Cr no grupo AED-R e EH-esquerda. Por fim, foi encontrada diminuição de Glx/Cr no grupo AED-R com EH. A alteração de NAA/Cr segregou com 72.3% de acurácia pacientes AED-R daqueles SzF. Não foram encontradas diferenças nos níveis de mediadores inflamatórios analisados de acordo com a resposta farmacológica. A presença de EH foi confirmada na análise histopatológica pós-cirúrgica de 13 pacientes operados durante o estudo. Conclusões: Os achados metabólicos apontaram dano estrutural e funcional ao complexo neuroglial. Pela primeira vez, foi demonstrado que a resposta farmacológica e o lado da EH afetam independentemente a quantificação metabólica de marcadores neurogliais, e que há um gradiente de alterações metabólicas entre os diversos perfis de ELTM (AU)

Processo FAPESP: 13/21056-4 - Estudo de espectrocospia de protons por ressonância magnética para determinação de biomarcadores inflamatórios e de refratariedade em epilepsia do lobo temporal.
Beneficiário:Luciana Ramalho Pimentel da Silva
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado