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Restrição proteica materna associada ao consumo de açúcar pós-desmame na prole: efeitos sobre o perfil proteômico no fígado de ratos jovens e senis

Texto completo
Autor(es):
Isabelle Tenori Ribeiro
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Botucatu. 2023-04-19.
Instituição: Universidade Estadual Paulista (Unesp). Instituto de Biociências. Botucatu
Data de defesa:
Orientador: Sérgio Alexandre Alcantara dos Santos; Luis Antonio Justulin Junior
Resumo

Condições gestacionais adversas podem acarretar alterações morfofuncionais irreversíveis na prole, conceito este estabelecido como Origens Desenvolvimentistas da Saúde e da Doença (DOHaD). A restrição proteica materna (RPM), modelo utilizado para os estudos sobre DOHaD, tem sido associada ao aumento da incidência de doenças cardiovasculares, renais, além de afetar parâmetros reprodutivos e o desenvolvimento de alguns tipos de câncer. Além disso, a exposição pós-natal a dietas hipercalóricas/hiperlipídicas pode amplificar os danos causados pela RPM, aumentando a incidência destas doenças com o envelhecimento. Existem evidências de que o alto consumo de alimentos ultraprocessados, hipercalóricos, ricos em açúcares e sódio têm uma relação considerável com o desenvolvimento de doenças metabólicas ao longo da vida. Nesse contexto, tem-se demonstrado que o fígado, órgão central no controle do metabolismo e detoxificação, também é afetado pela exposição a dietas obesogênicas no início da vida. Nosso grupo de pesquisa demonstrou que a RPM impacta nos parâmetros metabólicos da prole no início da vida e no envelhecimento. Assim, este projeto tem como objetivo identificar o impacto da restrição proteica materna no fígado de ratos jovens e velhos, associado ao consumo de açúcar pós-natal. Os ratos foram divididos nos seguintes grupos experimentais: 1- Controle (CTR): Ratos nascidos de mães que consumiram ração normal (17% proteína) e água ad libitum durante a gestação e lactação; 2- Controle+açúcar (CTR+AÇU): O mesmo tratamento do CTR e que consumiram solução de açúcar (10% diluído em água) a partir do dia pós-natal (DPN) 21 até o DPN 90; 3- Restrição proteica gestacional e lactacional (RPGL): Ratos nascidos de mães que consumiram ração hipoprotéica (6% de proteína) durante a gestação e lactação e que posteriormente consumiram ração normal e água ad libitum até o DPN 90; 4- Restrição proteica gestacional e lactacional+açúcar (RPGL+ACU): ratos nascidos de mães alimentadas com ração hipoproteica durante a gestação e lactação e que consumiram ração normal e solução de açúcar (10% diluído em água) ad libitum a partir do dia pós-natal 21 até o DPN 90. Nos DPN 90 e 540 os animais foram anestesiados, pesados, eutanasiados e os fígados foram coletados. Foram feitas análises biométricas e nutricionais, teste de tolerância à glicose oral (TTGO), análises morfológicas e morfométricas, análise de estresse oxidativo, análises metabólicas, análise de glicogênio hepático, imuno-histoquímica, Western Blotting e proteômica. Após isto, foram realizadas análises integrativas e comparativas destes dados entre os grupos experimentais. Os resultados obtidos demonstram alterações nos parâmetros biométricos e nutricionais, alterações nas enzimas antioxidantes. Além disso, a proteômica indicou alterações no metabolismo desses animais, tanto no DPN 90, quanto no DPN 540. Na imuno-histoquímica observamos presença de imunomarcação de GST-P1 significativas nos grupos RPGL e RPGL+AÇU. Os resultados indicam que a RPM resultou em menor peso da prole durante todo o experimento, alterações morfofisiológicas hepáticas e efeitos diretos sobre as atividades enzimáticas e metabolismo do fígado, tanto no DPN 90, quanto no DPN540. Já quando a RPM é associada ao consumo de açúcar, altera os níveis de glicose, causando intolerância à glicose e, possivelmente, sensibilidade à insulina. Portanto, os resultados demonstram que a RPM associada ou não ao consumo pós-natal de açúcar modulam proteínas e vias metabólicas importantes no fígado de animais adultos e velhos, o qual pode ter consequências negativas não só sobre o tecido hepático, como também no ambiente sistêmico. (AU)

Processo FAPESP: 21/01952-1 - Restrição proteica materna associada ao consumo de açúcar pós-desmame na prole: Efeitos sobre o perfil proteômico no fígado de ratos jovens e senis
Beneficiário:Isabelle Tenori Ribeiro
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado