Avaliação do efeito de diferentes extratos naturais experimentais e comerciais, na forma de dentifrícios e enxaguatórios bucais, sobre a viabilidade e atividade de biofilme microcosmo e sobre a prevenção da desmineralização do esmalte in vitro

Esta tese relata 4 manuscritos com o objetivo de avaliar os efeitos antibiofilme e anticárie de soluções e dentifrícios experimentais ou/e comerciais contendo agentes naturais/fitoterápicos utilizando um modelo de biofilme microcosmo no esmalte. O 1º estudo avaliou os efeitos de enxaguatórios bucais e dentifrícios comerciais na viabilidade, na produção de polissacarídeos extracelulares (PEC) e desmineralização do esmalte por TMR. O 2º estudo avaliou os efeitos dos enxaguatórios bucais experimentais e comerciais sobre viabilidade, produção de ácido lático, contagem das UFCs para bactérias cariogênicas e desmineralização por TMR. O 3º e 4º relataram os resultados dos efeitos dos enxaguatórios bucais e dentifrícios experimentais ou/e comerciais contendo os agentes de extratos naturais em alta concentração nas alterações de pH do meio, viabilidade das bactérias cariogênicas por PCR e desmineralização por OCT/TMR. O biofilme microcosmo foi produzido no esmalte bovino a partir de saliva humana misturada com saliva McBain, sob exposição de 0,2% de sacarose, durante 5 dias. Os tratamentos foram aplicados uma vez (enxaguatórios) ou duas vezes (dentifrícios) por dia (1 min ou 2 min, respectivamente). Os dados foram comparados estatisticamente por ANOVA/Tukey ou Kruskal-Wallis/Dunn (p<0,05). O 1º estudo mostrou que 0,12% de clorexidina (CHX-PerioGard®) teve efeitos significativos na espessura do biofilme, PEC, perda mineral e profundidade da lesão, enquanto Malva sylvestris (Malvatricin® Plus) reduziu significativamente a perda mineral e profundidade de lesão comparável à Clorexidina. Dentifrício contendo própolis e Mirra reduziu significativamente a profundidade da lesão, mas apenas o dentifrício contendo flúor (Colgate Total 12®) reduziu significativamente a perda mineral. No 2º estudo, a produção de ácido lático foi reduzida por M. sylvestris (1,1 ± 0,2 g/L) e clorexidina (0,6 ± 0,2 g/L) em comparação com a PBS (2,6 ± 1,3 g/L). Malva sylvestris, Matricaria chamomilla L. e clorexidina mostraram significativamente menores valores de UFC para Lactobacillus spp. e estreptococos totais. Apenas a clorexidina reduziu significativamente S. mutans/S. sobrinus. Malva sylvestris (63,4% de redução de perda mineral), clorexidina (47,4%) e M. chamomilla L. (39,4%) reduziram significativamente a desmineralização do esmalte em relação ao PBS (Phosphate buffered saline). Por PCR, a CHX eliminou Lactobacillus spp., bem como a Malva sylvestris e CHX eliminaram S. mutans, de acordo com a redução da profundidade e reflexividade da lesão (3º estudo). O último estudo mostrou que, da maneira como foram avaliados, dentifricios contendo Myrcia bella, Matricaria chamomilla e Myrra e propólis (comercial) inibiram o crescimento de S. mutans, enquanto Lactobacillus spp. foram reduzidos/eliminados por todas os dentifrícios, exceto o de Vochysia tucanorum. A perda mineral e a profundidade da lesão foram significativamente reduzidas por todos os dentifrícios em comparação com o placebo. Malva sylvestris (como enxaguatório) e M. chamomilla (enxaguatório e dentifrício) mostraram ser eficazes no controle da formação de cárie artificial de esmalte sob este modelo. (AU)