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Estudo da deglutição em idosos com e sem doença neurológica: videofluoroscopia e Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF)

Texto completo
Autor(es):
Daniella Priscila de Lima
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências Médicas
Data de defesa:
Membros da banca:
Lucia Figueiredo Mourão; Maria José D'Elboux; Regina Yu Shon Chun; Cristina Lemos Barbosa Furia
Orientador: Lucia Figueiredo Mourão
Resumo

No envelhecimento normal, alterações fisiológicas tendem a interferir na deglutição, mas o indivíduo idoso pode ser capaz de manter uma alimentação segura. Todavia, em associação com um quadro neurológico, eleva-se o risco de desenvolvimento de disfagia nessa população. Sabe-se que a funcionalidade da deglutição pode estar associada também à interação com fatores contextuais, o que permite descrever seus múltiplos impactos na vida do indivíduo. Essa concepção vai ao encontro do que preconiza a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). Objetivo: Este trabalho tem como objetivo caracterizar a deglutição de idosos com e sem doença neurológica com base na videofluoroscopia (VFC) e na aplicação da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). Pretende-se, ainda, verificar se as categorias da CIF, o exame de videofluoroscopia e as escalas de deglutição padronizadas discriminam ou não os grupos de idosos com e sem doença neurológica e se há categorias da CIF ou da VFC que se correlacionam com a presença de penetração e aspiração. Métodos: Compuseram a amostra 63 idosos, organizados em indivíduos sem doença neurológica e com doença neurológica (Esclerose Lateral Amiotrófica, Síndromes Parkinsonianas e Acidente Vascular Cerebral). A avaliação da deglutição foi composta por anamnese, avaliação clínica (indireta e direta) e exame de videofluoroscopia (no qual foram quantificados 17 parâmetros). Aplicou-se as escalas Functional Oral Intake Scale (FOIS), Escala de Penetração e Aspiração e Escala de Severidade da Disfagia. Posteriormente, os participantes foram classificados em relação a 39 categorias da CIF pertencentes a todos os agrupamentos - Funções do corpo (b); Estruturas do Corpo (s); Atividades e Participação (d) e Fatores Ambientais (e). Os dados foram submetidos a análise estatística, com aplicação do Teste de Mann-Whitney e teste de correlação de Spearman. Resultados: No grupo de idosos sem doença neurológica, a maioria dos participantes apresentou graus 0 (ausência de alterações) e 1 (alteração leve) em todas as categorias da CIF pertencentes às Funções do Corpo (b), Estruturas do Corpo (s) e Atividades e Participação (d) e graus 0 e 1 nos parâmetros do exame de videofluoroscopia. Houve diferenças significativas (p < 0,05) entre os grupos neurológicos e o grupo de idosos em relação aos qualificadores da CIF, distribuídas em todos os agrupamentos, sendo: grupo Esclerose Lateral Amiotrófica- 23 categorias (59%); grupo Síndromes Parkinsonianas - 25 categorias (64%) e grupo Acidente Vascular Cerebral - 20 categorias (51,3%). Os parâmetros da videofluoroscopia também se diferenciaram entre os idosos com doença neurológica e o grupo de idosos sem doença neurológica no grupo Esclerose Lateral Amiotrófica em 9 parâmetros (52,9%); no grupo Síndromes Parkinsonianas em 8 parâmetros (47,05%) e no grupo Acidente Vascular Cerebral em 7 parâmetros (41,2%). Identificaram-se diferenças significativas (p < 0,05) em relação ao grupo de idosos sem doença neurológica envolvendo as escalas Functional Oral Intake Scale (FOIS) e Escala de Severidade da Disfagia. Houve significância no teste de correlação entre os itens da CIF e a ocorrência de penetração/aspiração, sendo as categorias "Deglutição oral" e "Deglutição faríngea" as mais predominantes. Houve correlação entre os parâmetros da videofluoroscopia e a ocorrência de penetração/aspiração, sendo o item "Fechamento do vestíbulo laríngeo" o mais predominante. A análise descritiva sugeriu que os grupos apresentaram diferenças na gravidade das alterações em relação a diversas categorias da CIF. Conclusão: Os resultados indicaram que idosos sem doença neurológica apresentam ausência de alterações ou alterações consideradas leves em comparação aos grupos com doença neurológica. O uso de avaliações padronizadas associadas à CIF pode contribuir para a discriminação dos grupos de idosos bem como ampliar a compreensão de diversos aspectos associados à deglutição (AU)

Processo FAPESP: 13/10217-7 - Contribuições da classificacão internacional de funcionalidade, incapacidade e saúde (cif) na avaliação da disfagia neurogênica em idosos
Beneficiário:Daniella Priscila de Lima
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado