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Eu quero ser o sol!: (re) interpretações das intersecções entre as relações raciais e de gênero nas culturas infantis entre crianças de 0 à 3 anos em creche

Texto completo
Autor(es):
Flávio Santiago
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Educação
Data de defesa:
Membros da banca:
Ana Lúcia Goulart de Faria; Antonio Miguel; Clara Maria Silva; Lucimar Rosa Dias; Márcia Lúcia Anacleto de Souza; Valter Roberto Silvério
Orientador: Ana Lúcia Goulart de Faria
Resumo

A presente tese tem como objetivo contribuir com os estudos referentes à produção das culturas infantis, explorando os aspectos relativos às (re)interpretações das intersecções entre o processo de racialização, as relações de classe e as relações de gênero produzidas por crianças pequenininhas, negras e brancas, de 0 a 3 anos, de um coletivo infantil em uma creche pública. Trata-se de uma etnografia que foi realizada na região metropolitana de Campinas-SP fazendo uso do registro em caderno de campo e entrevistas com as docentes da unidade. As crianças serão aqui tomadas como autoras sociais ativas e construtoras de cultura, e a creche será abordada como um coletivo infantil que propicia a construção de relações entre os meninos e as meninas de pouca idade, tendo em vista que, em nossa sociedade ocidental, muitas vezes a primeira infância é tomada enquanto experiência somente do âmbito privado. O conceito de intersecção visa a destacar como as relações historicamente contingentes e específicas a determinada conjuntura constroem modos de vida e legitimam processos de hierarquização por meio de imbricações dos marcadores sociais de diferença raça, gênero, classe social e idade. A pesquisa que aqui se desdobra traz na chave de sua discussão a importância de também pensar esse processo em relação às crianças pequenininhas, aspecto ainda pouco abordado nas pesquisas dessa natureza. Com base nas análises, pode ser destacado que a minha etnografia foi marcada pela leitura social do meu corpo, que possui traços fenotípicos brancos, os quais foram em muitos momentos lidos pelas crianças a partir das imagens racialmente propagadas pela branquitude, que tomam como base a cor da pele para estabelecer princípios hierárquicos, definidos a partir de demandas sociopolíticas e disputas de poder, que reforçam privilégios sociais. Também foram identificadas na pesquisa as transgressões, resistências das crianças pequenininhas, negras e brancas, as quais tensionam as hierarquias pautadas na ordem patriarcal e racista criando outros modos de relação com o mundo e com os outros sujeitos por meio de suas brincadeiras e relações construídas a partir de seu protagonismo enquanto sujeitos (AU)

Processo FAPESP: 15/02464-0 - (Re)interpretações das intersecções entre o processo de racialização e as relações de gênero nas culturas infantis entre as crianças de 0-3 anos em creche
Beneficiário:Flavio Santiago
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado