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Simultaneidade e duração: tempo e história em Merleau-Ponty

Texto completo
Autor(es):
Rafael Zambonelli Nogueira
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Marcus Sacrini Ayres Ferraz; Alexandre de Oliveira Torres Carrasco; Mariana Isabel Larison; Alex de Campos Moura
Orientador: Marcus Sacrini Ayres Ferraz
Resumo

A presente pesquisa tem por finalidade investigar as relações entre tempo e história na última filosofia de Merleau-Ponty. Partindo dos textos e cursos da primeira metade dos anos 1950, acreditamos encontrar aí uma primeira tematização explícita por parte do fenomenólogo do problema de pensar, por um lado, o estatuto filosófico de uma história universal e, por outro lado, uma temporalidade que seja propriamente histórica. Tal tematização ocorre, de acordo com nossa hipótese de trabalho, quando Merleau-Ponty passa a empreender uma progressiva dessubjetivação do tempo e a questionar algumas dificuldades ontológicas em que sua filosofia se enredara. O aspecto central dessa mudança de perspectiva, parece-nos, consiste no debate multifacetado que nosso autor trava com o relativismo nesse período, na medida em que o que está em jogo nesse debate é a possibilidade de repensar a ideia de universalidade sem, contudo, torná-la exterior à singularidade. É nesse contexto que começa a formular-se uma nova concepção da história e de sua temporalidade, culminando na minuciosa elaboração da noção de instituição. A partir daí, encontramos o primeiro desdobramento dessa noção na interrogação merleau-pontiana sobre a dialética, pois uma compreensão apurada da ideia de mediação tornará possível pensar relações internas entre universalidade e singularidade, assim como um movimento histórico e temporal de totalização. Com isso, torna-se possível compreender o lugar e a importância desses problemas no interior do projeto ontológico merleau-pontiano, cuja expressão mais acabada aparece em seus textos tardios. Nesse terreno, os problemas do tempo e da história, considerados pelo fio condutor do problema do relativismo, poderão receber um tratamento filosófico adequado pois aqui o próprio Ser passa a ser pensado em sua temporalidade e historicidade, enquanto movimento de autodiferenciação que permite compreender a articulação arqueológica entre natureza e história, articulação que envolve tanto continuidade quanto descontinuidade entre os termos. (AU)

Processo FAPESP: 17/02876-1 - Simultaneidade e duração: tempo e história em Merleau-Ponty
Beneficiário:Rafael Zambonelli Nogueira
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado