Avaliação de um forno intermitente de ceramica vermelha usando bagaço de cana como combustivel

Neste trabalho apresenta-se a avaliação de um forno cerâmico intermitente de chama invertida onde queima-se só bagaço de cana, em substituição total da lenha. Este fato o diferencia de outros fornos testados, em especial pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), nos quais na etapa inicial queimava-se lenha, e o bagaço era submetido á processos de secagem, moagem etc. Esta característica torna mais econômica a queima do bagaço de cana-de-açúcar. Outro aspecto a ser destacado na instalação é a remodelação feita empiricamente pelo proprietário, que aproveita os gases de exaustão do forno em queima para pré-aquecer o forno que vai ser queimado continuamente. A avaliação efetuada permitiu determinar o valor das perdas com o calor sensível dos gases (Q2 = 4 %), que se mostraram muito menores do que os valores obtidos para fornos sem esta recuperação. Foi desenvolvida uma metodologia de avaliação especificamente para fomos intermitentes, baseada na Primeira Lei da Termodinâmica. O processo é dividido em "n" intervalos para os quais determina-se o consumo de combustível e as perdas de calor. A eficiência global é determinada como sendo a relação entre o calor útil total (evaporação da umidade e cozimento dos tijolos), e o consumo de combustível em todo o processo. O ciclo completo demora aproximadamente 90 horas, desde a carga até a descarga dos tijolos. Como resultado obteve-se uma eficiência média de 68 %, valor considerado elevado para um forno deste tipo, queimando biomassa. Os tijolos foram submetidos a ensaios de resistência ã compressão e absorção de água, mostrando que estão dentro das normas estabelecidas (AU)