Busca avançada
Ano de início
Entree


Motivos para escolhas alimentares e as percepções de risco sobre alimentos e doenças crônicas não-transmissíveis na perspectiva do consumidor

Texto completo
Autor(es):
Camila de Mello Marsola
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Limeira, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências Aplicadas
Data de defesa:
Membros da banca:
Diogo Thimoteo da Cunha; Dirce Maria Lobo Marchioni; Jorge Herman Behrens
Orientador: Diogo Thimoteo da Cunha
Resumo

Introdução: Nos últimos anos nota-se uma mudança no padrão alimentar da população, o aumento no consumo de alimentos ultraprocessados (UPF) e, paralelamente, o aumento na prevalência de obesidade e doenças crônicas. Diversos fatores podem influenciar no processo de escolha alimentar, entre eles a percepção de risco sobre os alimentos e sobre diferentes riscos em saúde. Sabe-se que a subestimação de um perigo leva a comportamentos negligentes, assim como a redução deste parece ser um estimulante para a promoção de mudanças comportamentais. Objetivos: Avaliar a percepção de risco e benefício dos consumidores sobre o consumo de determinados alimentos e sobre o desenvolvimento de diabetes mellitus (DM), hipertensão (HAS) e ganho de peso, bem como sua relação com os motivos para escolha alimentar, com a percepção sobre os alimentos e com a percepção de controle da saúde. Metodologia: O estudo foi aprovado pelo comitê de ética (número do CAAE: 91222418.5.0000.5404). Questionários foram aplicados com 525 indivíduos com idade acima de 18 anos da região de Limeira - SP. Para mensurar as percepções de risco e benefício relacionadas ao consumo de determinados alimentos foi utilizada uma escala de sete pontos, (-3) faz muito mal à saúde a (3) faz muito bem à saúde, e sobre o efeito no peso corporal (-3) engorda muito a (3) emagrece muito. Os motivos para escolha alimentar foram avaliados com o uso da versão traduzida e adaptada para a cultura brasileira do Food Choice Questionnaire, usando uma escala de sete pontos, (1) discordo totalmente a (7) concordo totalmente. O viés otimista foi avaliado pelo método indireto, utilizando uma escala de sete pontos, (-3) extremamente baixo a (3) extremamente alto. Resultados: A média de idade dos participantes foi de 34.5 anos e 61.1% eram do sexo feminino. Por meio da Análise de Componentes Principais foram agrupados os alimentos com relação a percepção sobre seus efeitos na saúde em oito fatores e no geral estes foram agrupados segundo seu grau de processamento ou composição nutricional, com poucas exceções. De modo geral, alimentos UPF foram vistos como alimentos mais maléficos à saúde e alimentos in natura ou minimamente processados mais benéficos à saúde. No entanto, alguns UPF com estereótipo saudável foram avaliados positivamente (e.g. gelatina, peito de peru, barra de cereal, alimentos light). Com relação ao efeito no peso corporal, foram formados sete fatores agrupados conforme possíveis padrões dietéticos ou papéis que os alimentos desempenham na alimentação. UPF, alimentos ricos em carboidrato e gordura foram mais considerados alimentos que engordam, nenhum alimento obteve a percepção de emagrecedor. Após a Análise Fatorial Confirmatória rejeitar a estrutura original do FCQ, por meio da Análise Fatorial Exploratória foram formados oito fatores: Composição Nutricional, Conveniência de Preparo, Conveniência de Compra, Humor, Apelo Sensorial, Saúde, Preço e Familiaridade. Apelo Sensorial foi o fator mais importante para escolhas alimentares, enquanto Familiaridade foi o fator menos importante. Aspectos como nível educacional alto, renda alta, idade e sexo feminino obtiveram efeito positivo sobre todos os fatores, exceto Preço. Foram formados cinco clusters com base nos escores atribuídos aos fatores do FCQ, sendo estes: Orientado pela Saúde, Preocupado com Praticidade, Preocupado com a Forma Corporal, Preocupado com a Comida e Entusiasta da Culinária. O viés otimista foi observado para DM, HAS e ganho de peso. A percepção de controle da saúde, as atribuições de importância aos fatores de Composição Nutricional, Conveniência de Compra e de Preparo e as percepções sobre alguns alimentos afetaram a percepção de risco própria para os eventos estudados. Conclusão: De forma geral os alimentos foram classificados como saudáveis ou não saudáveis baseados em seu processamento. Entretanto, notou-se a presença de diversos alimentos estereotipados, UPF percebidos como saudáveis. O público se mostrou otimista em relação a sua saúde, achando que é menos propenso a ganho de peso, DM e HAS do que as demais pessoas. Diversas variáveis de percepção de risco e escolhas alimentares se relacionaram a percepção enviesada. Os resultados reforçam a complexidade envolvida na escolha e no consumo, devendo ser levados em consideração os diferentes fatores de motivação que podem ser predominantes em diferentes grupos da população para que as mensagens de alimentação saudável sejam capazes de atingir a todos (AU)

Processo FAPESP: 18/12625-9 - Percepção de risco e benefício dos consumidores relacionada ao consumo alimentar e o viés otimista com relação ao desenvolvimento de doenças crônicas
Beneficiário:Camila de Mello Marsola
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado