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Força e tamanho da língua, função sensorial oral e mastigatória, qualidade do sono e de vida, e efeito de dispositivos intraorais em bruxistas

Texto completo
Autor(es):
Mariana Barbosa Câmara Souza
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Piracicaba, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Odontologia de Piracicaba
Data de defesa:
Membros da banca:
Renata Cunha Matheus Rodrigues Garcia; Gustavo Augusto Seabra Barbosa; Giselle Rodrigues Ribeiro
Orientador: Renata Cunha Matheus Rodrigues Garcia
Resumo

O bruxismo do sono apresenta origem multifatorial e efeito deletério, podendo causar desgaste dental, presença de dor muscular e ferimentos e endentações na língua, dentre outros. Este estudo investigou a força máxima da língua (FML), função sensorial oral, função mastigatória, tamanho da língua, dor, qualidade do sono e qualidade de vida relacionada à saúde bucal (QVRSB) de pacientes bruxistas. Também foi avaliada a relação entre a dimensão da arcada dentária e o tamanho da língua (TL) com a força da mesma. Sessenta voluntários foram recrutados na Faculdade de Odontologia de Piracicaba, UNICAMP, e divididos em grupos: portadores de bruxismo do sono (Experimental) e com ausência de bruxismo do sono (Controle). O bruxismo do sono (BS) foi diagnosticado por meio de exames clínico e de eletromiografia/eletrocardiografia em ambiente doméstico, cuja confiabilidade e reprodutibilidade são semelhantes à polissonografia. Após, foram avaliadas as seguintes variáveis: FML (por meio de sensores de pressão), função sensorial oral (estereognose oral), parâmetros da função mastigatória como o limiar de deglutição e eficiência mastigatória (método de fracionamento das peneiras), TL (ultrassonografia), dor (Escala Visual Analógica), qualidade do sono (Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh ¿ IQSP, e Escala de Sono de Epworth - ESE), o impacto da condição oral sobre a qualidade de vida dos voluntários (OHIP-14), e, finalmente, a dimensão da arcada dentária inferior (distância entre molares inferiores). Posteriormente, metade dos voluntários do Grupo Experimental receberam placas oclusais estabilizadoras (POE) como terapia para o BS (n=15); e a outra metade recebeu placas palatinas (PP) sem cobertura oclusal, como placebo (n=15). Todas as placas foram utilizadas durante a noite, e após 30 e 60 dias de uso todas as variáveis supracitadas foram reavaliadas. Após a coleta de dados, os mesmos foram submetidos à análise exploratória e testes estatísticos adequados foram aplicados. Os dados dos questionários OHIP-14, IQSP e ESE foram analisados pelo teste de Wilcoxon, e o teste ANOVA de um fator foi utilizado para comparar os dados da função mastigatória e estereognose oral entre os voluntários com e sem bruxismo do sono. Após a instalação dos dispositivos intraorais foi realizada a comparação entre grupos e tempo pelo teste ANOVA dois fatores e post-hoc teste de Tukey. A correlação entre a FL e o TL foi obtida pela correlação de Pearson. Todas as análises estatísticas foram realizadas com nível de significância de 5%. Os voluntários com bruxismo do sono apresentaram um maior impacto da saúde bucal sobre a qualidade de vida (p = 0,003), indicando uma pior qualidade de vida. Ainda, os bruxistas apresentaram as maiores pontuações no IQSP (p = 0,0009) e sonolência excessiva diurna (p = 0,023), avaliada pela ESE. A função mastigatória foi similar em ambos os grupos (p > 0,05), assim como a função sensorial oral (p = 0,241). Após o uso dos dispositivos intraorais, todos os voluntários apresentaram redução no nível de dor (p < 0,0001), além de significativa melhora na qualidade de vida relacionada à saúde bucal e qualidade do sono (p < 0,001). No entanto, o tamanho da língua não sofreu alterações com o passar do tempo (p = 0,464) e não foram encontradas correlações entre a FML e o TL (p = 0,326), nem entre a FML e a relação de tamanho entre a língua e arcada dentária (p = 0,121). Assim, foi possível concluir que o BS afeta a QVRSB, reduz a qualidade do sono, trazendo prejuízos às atividades diárias, embora não tenha sido observado impacto sobre a função mastigatória nem a função sensorial oral. Ainda, a terapia por meio da utilização de placas intraorais com ou sem cobertura oclusal reduz a força de língua e auto relato de dor, além de proporcionar melhora na QVRSB e qualidade do sono em pacientes bruxistas (AU)

Processo FAPESP: 15/14662-0 - Força máxima e volume da língua, função sensorial oral, qualidade do sono e de vida em pacientes portadores de bruxismo
Beneficiário:Mariana Barbosa Câmara de Souza
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado