Sistema de alimentação sequencial com ajustes nutricionais para suínos em crescimento e terminação de duas linhagens genéticas submetidos a condição de estresse cíclico por calor

Objetivou-se com esse estudo avaliar o sistema de alimentação sequencial como uma ferramenta para atenuar os efeitos do estresse cíclico por calor em suínos de duas linhagens genéticas nas fases de crescimento e terminação. Oitenta suínos machos castrados de 22kg (± 2,5) PV foram distribuídos em um delineamento experimental inteiramente casualizado, em esquema fatorial 3x2 (3 programas de alimentação e 2 linhagens genéticas; 3 PA e 2 LG) sendo o animal a unidade experimental. Os PA foram: Controle (CON), alta-gordura/baixa-proteína bruta (AG/BP) e Alimentação Sequencial [SEQ, de 1800 às 1000 h dieta controle (Tempo-Período 1, TP1) e de 1000 às 1800 h dieta AG/BP (TP2)]. A temperatura foi 22.3 ± 0.4ºC para TP1 e 30.2 ± 0.5ºC para TP2. A duração do período experimental foi de 84 dias subdividido em três fases: crescimento 1 (0 a 20 dias), crescimento 2 (21 a 48 dias) e terminação (49 a 83 dias). O consumo de ração foi registrado em tempo real pelo sistema automático de alimentação (AIPF). Os animais foram pesados no início e no término de cada fase experimental e nos dias 0, 35 e 75 foi mensurada a composição corporal. Houve interação entre LG e Tempo-Período (TP) para consumo médio de ração (CMR) por hora (P < 0,05). A 22ºC o CMR não se diferiu entre linhagens (P > 0,05) contudo, a 30ºC foi maior para linha B (P < 0,05). Houve interação (P < 0,05) entre PA e LG para custo energético de ganho de massa magra. De 35 a 75 dias, SEQ apresentou similar custo para ganho de massa magra para linha A quando comparado com CON (P > 0,05). No entanto para ambas as linhas, SEQ apresentou maior custo em relação ao CON (P < 0.05). Nas fases de crescimento 1 e 2 não houveram diferenças (P> 0,05) entre AG/BP e CON para CDR e GDP. Porém na fase de terminação maiores resultados para essas variáveis, além de maior custo de energia para ganho de peso, foram observados para AG/BP (P < 0,05). Na fase de crescimento 2, SEQ apresentou maior GDP (P = 0,04) com similar custo de energia para ganho (P = 0,24) quando comparado com programa CON. Na terminação, a alimentação SEQ permitiu reduzir o consumo de EL (P < 0,01), mas com GDP semelhante (P > 0,05) ao AG/BP. Além disso, SEQ apresentou custo de ganho de energia similar ao CON (P > 0,05) nessa fase. Massa gorda e ganho de massa gorda foram semelhantes entre SEQ e AG/BP (P > 0,05) e ambos maiores que CON (P < 0,05). O fornecimento de diferentes dietas ajustadas à variação da temperatura ao longo do dia é uma abordagem eficiente para atenuar o efeito do estresse térmico, mas com subsequente carcaças mais gordas. Além disso, em relação à eficiência energética para a deposição de massa magra, a alimentação sequencial é um programa eficiente a ser aplicado para a linha genética menos tolerante ao estresse térmico. (AU)