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Screening de deglutição na fase aguda do acidente vascular cerebral : uma análise dos preditores clínicos da disfagia

Texto completo
Autor(es):
Mariana Mendes Bahia
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências Médicas
Data de defesa:
Membros da banca:
Fernando Cendes; Regina Yu Shon Chun; Roberto Oliveira Dantas
Orientador: Li Li Min
Resumo

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a principal causa de morbi-mortalidade no Brasil, tendo a disfagia como uma importante sequela. A disfagia é responsável por complicações como pneumonia, desnutrição e desidratação. Atualmente, o screening é a forma de avaliação mais difundida para identificar de maneira rápida os pacientes com risco de disfagia na fase aguda do AVC. O objetivo da pesquisa é identificar a presença de disfagia orofaríngea na fase aguda do AVC, determinando sua frequência, relação com a gravidade do AVC e seus preditores, a partir da proposta de um screening. Trata-se de estudo de corte transversal e de abordagem quantitativa, aprovado pelo CEP, envolvendo a avaliação da deglutição nas primeiras 72 horas do AVC. Foram incluídos pacientes consecutivos admitidos na Unidade de Emergência Referenciada de um hospital terciário do Estado de São Paulo entre abril/2012 e agosto/2013, com presença de AVC único em qualquer topografia cerebral, sendo o diagnóstico de AVC determinado por avaliação neurológica e confirmado por TC e/ou RM de crânio. Foram excluídos pacientes cujo AVC havia ocorrido há mais de 72 horas, com evidência de AVC prévio, com história de doenças neurológicas ou psiquiátricas, com disfagia prévia, em intubação orotraqueal, em estado de coma ou com rebaixamento do nível de consciência. A coleta de dados ocorreu por meio da caracterização do perfil sócio-demográfico e clínico, história pregressa, fatores de risco, dados referentes ao AVC, avaliação neurológica (NIHSS), aplicação de um screening de deglutição, realização do exame videoendoscopia da deglutição, aplicação de escalas de classificação da disfagia e classificação da funcionalidade da deglutição. O screening utilizado foi desenvolvido para o estudo e constou de duas etapas: a primeira englobando variáveis cognitivas, de fala/linguagem e estruturas envolvidas no processo de deglutição; e a segunda, observação funcional da deglutição nas consistências pastosa, líquida e sólida, respectivamente. Foi utilizado um sistema binário de escore para a classificação dos itens do screening e, ao final, os pacientes foram divididos em dois grupos: disfágicos e não disfágicos. Participaram do estudo 100 pacientes, 53 do sexo masculino, média de idade 64 anos (dp=15), 87 com AVC isquêmico. 56 pacientes apresentaram disfagia. Os pacientes disfágicos apresentaram idade e NIHSS mais elevados do que os não disfágicos. Houve correlação entre a gravidade do AVC e a disfagia, indicando que a gravidade do comprometimento neurológico também acompanha a gravidade na deglutição. Os melhores preditores individuais para a disfagia foram alterações na mobilidade e força de língua, lábios e bochechas, NIHSS?7, disartria e não orientação no tempo e no espaço. A melhor combinação de preditores inclui idade, NIHSS, disartria, ausência de vedamento labial e não orientação no tempo e no espaço. O screening apresentou sensibilidade e especificidade de 84%. O estudo ressalta a alta frequência de disfagia nas primeiras horas do AVC. Os preditores clínicos encontrados podem ser úteis na identificação dos pacientes com risco de disfagia na fase aguda do AVC e, assim diminuir a incidência de morbi-mortalidade, prevenindo as complicações pulmonares decorrentes de aspiração. O screening desenvolvido demonstrou bom equilíbrio entre seus parâmetros psicométricos (AU)

Processo FAPESP: 12/12489-1 - Estudo dos Preditores da Disfagia na Fase Aguda do Acidente Vascular Cerebral
Beneficiário:Mariana Mendes Bahia
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado