Amoras e jabuticabas: raízes e frutos de uma Pedagogia Profunda para todos

A presente investigação se delineou a necessidade de reconsideração dos propósitos da educação e do sentido do processo de escolarização. Os debates atuais sobre a educação apontam grande dificuldade dos sistemas educativos em proporcionar um ensino de qualidade, respeitando a heterogeneidade e a individualidade na comunidade escolar. A razão, o conhecimento científico e técnico, e a especialidade, são fortemente valorizadas em nossa cultura, o que se reflete na área da educação. Assim, são oferecidos à criança estímulos intelectuais desde muito cedo, enquanto seu corpo, suas emoções, sua intuição vão sendo silenciadas. A Psicologia Junguiana, ao considerar, além do inconsciente pessoal do ser humano, a existência de um inconsciente coletivo, permite ir muito além da visão do homem como ser apenas racional. A observação da criança sob essa ótica, justifica a atenção ao seu corpo, seus sonhos, suas emoções, seu intelecto, sua espiritualidade e quantas outras dimensões se apresentem. A educação deve então atender todas as suas necessidades, visando uma formação integral. Com esse objetivo nasceu a Pedagogia Profunda, a qual considera a criança com suas múltiplas dimensões. Seu eixo teórico se baseia na Psicologia Profunda, integrando ainda princípios e práticas das Danças Circulares Sagradas e dos Toques Sutis. A Pedagogia Profunda não propõe uma metodologia de ensino, mas um aprimoramento do educador, de sua personalidade, de sua visão de ser humano e do seu conhecimento da criança. Além da dança e dos trabalhos corporais citados acima, ela inclui o trabalho com a matéria, por meio de técnicas artesanais e trabalhos manuais, assim como brincadeiras, jogos e confeção de brinquedos. Dessa forma, este estudo teve como objetivo analisar a aplicação dos pressupostos da Pedagogia Profunda na prática de uma docente de Educação Infantil e avaliar se a prática desenvolvida favorece o... (AU)