Deteccao de oocistos viaveis de cryptosporidium parvum em aguas tratadas da regiao metropolitana de sao paulo.

Resumo

O protozoário parasita Cryptosporidium parvum tem sido considerado atualmente, como um patógeno emergente causador de gastrenterites e diarréias em indivíduos sadios, crianças e principalmente em indivíduos imunodeficientes. O Cryptosporidium parvum é eliminado pelas fezes do homem e de animais infectados e a transmissão pode ocorrer através do contato indivíduo-indivíduo, animal-indivíduo ou contato com superfícies contaminadas, principalmente através da água. Os oocistos de Cryptosporidium são freqüentemente encontrados em ambientes naturais e podem ser resistentes ao estresse ambiental e também as atuais práticas no tratamento de água. Além disso, o sistema bacteriológico usado para acessar a qualidade microbiana da água é inadequado para determinar a qualidade parasitológica da mesma. Atualmente existem diferentes métodos propostos, mas ainda não padronizados para detecção de oocistos na água. A criptosporidioses humana tem sido relatada em mais de 60 países. No Brasil, apesar dos casos descritos da infecção não existem relatos referente à presença deste patógeno em amostras de águas. Segundo o Ministério da Saúde, no período de 1980 a maio de 1997 foram relatados 2842 casos de criptosporidiose em portadores do vírus HIV. Na cidade de São Paulo, 1991, foram registrados 21,25 % de casos de criptosporidiose em indivíduos com AIDS, 12,10% em crianças e 3,62% em indivíduos sadios. Neste trabalho propomos verificar a ocorrência de oocistos viáveis de Cryptosporidium parvum nas águas da região metropolitana de São Paulo, avaliando a qualidade da água do manancial e pós-tratamento em duas estações de tratamento da cidade, pelos métodos de concentração por filtração e precipitação do carbonato de cálcio e detecção do oocisto através das técnicas de IF e RT-PCR. (AU)