Gasto energético basal e catabolismo proteico de pacientes diabéticos nefropatas

Resumo

Vários estudos mostram que existe uma alta incidência de desnutrição energético-protéica em pacientes com Insuficiência Renal Crônica (IRC). Alterações metabólicas da IRC tais como anorexia; níveis aumentados de paratormônio e glucagon; intolerância à glicose e infecções freqüentes, poderiam aumentar o catabolismo protéico e o gasto energético basal (GEB). Porém dois estudos mostraram que o GEB de pacientes com IRC durante o repouso e o exercício não diferiu do de indivíduos normais. Sabe-se que o diabetes mellitus mal controlado pode causar aumento do GEB. A insuficiência de insulina leva a um aumento dos hormônios hiperglicemiantes como glucagon, catecolaminas, cortisol e hormônio do crescimento. Esses hormônios aumentam a lipólise e a gliconeogênese com conseqüente elevação na produção hepática de glicose e do GEB. O controle glicêmico promove uma redução na oxidação de lipídios, na gliconeogênese e no GEB. Além disso, o metabolismo protéico também pode estar alterado no diabético hiperglicêmico, uma vez que os substratos utilizados na gliconeogênese são os aminoácidos provenientes da massa muscular. Pouco se sabe sobre o metabolismo energético e protéico de pacientes em que as duas patologias estão associadas como é o caso da nefropatia diabética. Assim, o objetivo deste estudo é o de verificar se o paciente nefropata diabético, possui o catabolismo protéico e gasto energético basal exacerbado quando comparado com o paciente com IRC sem diabetes. O estudo é do tipo caso-controle e será composto por pacientes com IRC na fase pré-dialítica que serão divididos em um grupo controle de 30 pacientes com IRC não diabéticos e um grupo de estudo de 30 pacientes nefropatas diabéticos, pareados de acordo com sexo, idade, índice de massa corporal e função renal. Os pacientes serão avaliados em relação ao estado nutricional, através de parâmetros antropométricos e bioquímicos. A composição corporal será avaliada através de densitometria por duplo fóton e da cinética da creatinina. O GEB através de calorimetria indireta e o catabolismo protéico através da geração de nitrogênio uréico. (AU)