Prevalência de anticorpos (classes IgG e IgM) contra papilomavírus humanos em uma população de alto risco para câncer cervical

Resumo

Os papilomavírus humanos (HPVs) são pequenos vírus não-envelopados, encontrados na maioria das espécies de vertebrados, que apresentam uma alta especificidade para com seus hospedeiros. Os HPVs infectam somente queratinócitos, sejam eles mucosos ou cutâneos, sem causar qualquer tipo de resposta imunológica local. Certos tipos de HPV, detectados através de reações de "polimerase chain reaction" (PCR) e classificados através de "dot-blot", são considerados os principais agentes etiológicos das lesões intra-epiteliais escamosas (SILs) precursoras, das neoplasias intra-epiteliais cervicais (CINs) e dos carcinomas cervicais. Devido à relevância das infecções por HPVs na etiologia do câncer cervical, os pesquisadores sempre se questionaram se havia e, no caso de haver, como poderia ser a resposta imunológica dos pacientes infectados com HPV. Muito conhecimento sobre a imunologia das infecções por HPV foi adquirido desde que os capsídios virais vazios (ou "virus-like particles" - VLPs) foram desenvolvidos por Kirnbauer e colaboradores, em 1992. Os anticorpos contra VLPs do HPV-16, em especial, foram associados à presença de SILs, de CINs e de carcinomas cervicais, bem como aos seus estágios. Entretanto, a maioria dos estudos até aqui tem avaliado a prevalência de anticorpos da classe IgG (presente devido tanto a infecções correntes pelo HPV quanto como cicatriz sorológica de infecções prévias) nos soros dos pacientes. Este projeto visa avaliar a prevalência de anticorpos da classe IgM (presente em primo-infecções), em conjunto com a prevalência de IgG, nos soros de pacientes proveniente de um estudo epidemiológico prospectivo. Além disso, pretende-se produzir os antígenos utilizados na confecção dos imunoensaios. (AU)