A figuração do tempo n'A Educação Sentimental

Resumo

A pesquisa tem por objetivo a análise e interpretação do romance "L"Éducation sentimentale" (1869) de Gustave Flaubert. Servem-lhe como ponto de partida dois estudos de Georg Lukács: "Narrar ou descrever?" (1936) e a "Teoria do romance" (1917). Ao analisar o romance, a pesquisa, disposta a pôr à prova seu próprio ponto de partida, privilegia a representação do tempo na "Educação". Assim, a análise se centra nos dispositivos literários que o narrador emprega para figurar um modo particular de temporalidade: nas palavras da "Teoria do Romance", o tempo real, a duração. Essa temporalidade, elemento essencial da fatura do romance, relativo à natureza das personagens ou à ordenação da narrativa, vem a ser o objeto de nossa análise. Como o narrador relata o andamento da vida social desde a Monarquia de Julho até o Segundo Império sem mudanças de fundo? Como a vida das pessoas através desse mundo em revolta acaba fazendo figura de contínuo esforço em vão? A pesquisa supõe que concorrem para isso sobretudo os traços da moda, da estandardização e das ideais feitas. (AU)