Estudo dos efeitos do ciclo celular sobre a variação genética do HIV-1

Resumo

O alarmante impacto imposto pela epidemia do HIV em diversos setores da sociedade humana transformou-o no principal patógeno no final do século XX e início do XXI. A variabilidade genética do HIV é um dos tópicos mais relevantes quando se começa a estudar as postagens desta infecção, pois possibilita ao vírus alta capacidade de escapar as pressões impostas pelo sistema imuneo HIV-1 e resistência a drogas anti-retrovirais. Esta variabilidade genética resulta de limitações de fidelidade intrínsecas ao mecanismo de replicação viral acentuados pela alta taxa de replicação na geração e eliminação de partículas virais durante o tempo da infecção. A transcrição reversa do genoma viral representa uma etapa crítica do ciclo biológico do HIV-1. Estudos anteriores mostram que o estado de ativação celular influi diretamente sobre a replicação do HIV. As etapas iniciais do ciclo celular como G1a podem oferecer um ambiente hostil ao HIV por propiciar a hipermutação do seu genoma durante a fase de transcrição reversa. Embora diversos estudos tenham relacionado o estado de ativação celular e produção viral, nenhum estudo relacionou estado do ciclo celular e diversidade genética viral. Um mapeamento no ciclo celular dos estados de ativação que favorecem ou dificultam a replicação viral pode vir a abrir novos caminhos terapêuticos podendo até resultar no controle da diversidade viral e mais ainda na extinção programada do HIV. (AU)