A epistemologia estética no xamanismo ameríndio: três casos etnográficos

Resumo

O objetivo deste trabalho é refletir sobre a esfera de questões epistemológicas, fundada em outro ideal e em outras práticas de conhecimento, distintos do científico ocidental, relativas ao fenômeno do xamanismo ameríndio. O estudo será desenvolvido por meio da comparação de três monografias - sobre três grupos indígenas bastante diferentes uns dos outros - versando sobre a relação entre xamanismo e estética. O primeiro contexto etnográfico que abordarei será o dos Wauja, povo de língua arawak do Alto Xingu. Para tal tomarei como referência a etnografia de Aristóteles Barcelos Neto, na qual o autor analisa os desenhos das entidades patogênicas sonhadas pelo xamã e que se presentificam nos rituais de máscaras a elas dedicados. A segunda etnografia, de autoria de Pedro Cesarino, trata dos Marubo, povo de língua Pano do Vale do Javari, Amazônia Ocidental; neste trabalho, o autor realiza um estudo sobre os cantos xamânicos e a poética marubo. Por fim, o trabalho de Carlo Severi dedicado aos Cuna, povo de língua Chibcha do Panamá, no qual o autor estuda a relação entre iconografia, cantos e memória. (AU)