Impacto do delirium sobre mortalidade e desempenhos cognitivo e funcional em idosos com fratura de femur.

Resumo

Delirium é uma síndrome neuro-psiquiátrica resultante de ruptura da homeostasia cerebral necessariamente decorrente de agressão imposta ao cérebro por uma condição clínica geral, seja doença física, intoxicação medicamentosa ou abstinência de drogas. Manifesta-se por distúrbio de atenção e consciência, prejuízo de funções cognitivas e percepção, alterações do ciclo sono-vigília e de psicomotricidade. Geralmente se desenvolve de maneira aguda, tem curso flutuante ao longo do dia e evolução transitóriaÈ a complicação mais freqüentemente observada em idosos hospitalizados, particularmente naqueles que sofreram fratura de fêmur. Está associado a mau prognóstico de recuperação funcional, aumento de mortalidade, aumento de permanência hospitalar e aumento de institucionalização após a alta. Além disso, parece existir maior incidência de demência nos idosos que apresentam um ou mais episódios de delirium. Em estudo realizado no IOT, nos anos de 2001-2002, arrolamos 103 pacientes com fratura de fêmur, que acompanhamos durante toda a internação. Levantamos ocorrência de 29,1% de delirium, e estabelecemos demência como fator de risco para o mesmo Propomos reavaliar esses pacientes, comparando dois grupos- delirium e não-delirium- e determinar se houve diferença significativa entre eles em termos de mortalidade e habilidades funcionais e cognitivas.Casuística e MétodosPacientes: coorte de 103 pacientes com fratura de fêmur, internados no IOT entre janeiro de 2001 e julho de 2002. Estes pacientes foram amostra para estudo que realizamos no IOT, aprovado pelo CAPPesq, protocolo nº 938/00, que teve seus resultados já publicados Métodos: aplicação de questionários de avaliação funcional, avaliação instrumental e avaliação mental aos responsáveis pelos pacientes que já tinham sido entrevistados quando da internação pela fratura de fêmur. Os questionários serão aplicados para os cuidadores cujos idosos estejam vivos. Se os pacientes já tiverem falecido, os responsáveis serão solicitados a informar a data de óbito. Os contatos serão feitos por telefone, assim como a aplicação das entrevistas. As pessoas contatadas serão previamente informadas dos objetivos do estudo e terão todas as informações contidas no Termo de Consentimento (anexo) , tomando-se o cuidado de deixá-las absolutamente livres para se decidirem a participar ou não. O entrevistador se identificará claramente e fornecerá telefone para contato.