Carga viral e genotipagem do virus de epstein-barr (ebv) e analise da frequencia das variantes do gene viral bnlf-1 em individuos portadores do virus da imunodeficiencia humana 1 (hiv-1)

Resumo

O vírus de Epstein-Barr (EBV) descrito em cultura de células provenientes de um caso de linfoma de Burkitt, tumor comumente observado em crianças da região sub-Saara na África. O EBV está presente em mais de 90% da população mundial, infectando células epiteliais e linfócitos B. O vírus é capaz de imortalizar linfócitos B humanos em cultura celular e está associado ao desenvolvimento da forma endêmica do linfoma de Burkitt e do carcinoma indiferenciado de nasofaringe em 100% dos casos. Adicionalmente é detectado em parcela dos casos de linfomas não-Hodgkin (particularmente em indivíduos imunocomprometidos), do linfoma de Hodgkin clássico e do adenocardnoma gástrico. A terapia anti-retroviral combinada de alta potência (HAART) contribuiu de modo significativo para diminuição na morbidade e mortalidade em decorrência da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). A despeito da diminuição observada nos casos de sarcoma de Kaposi após a introdução da HAART, o mesmo não foi verificado em linfomas, cujo risco é aumentado em indivíduos infectados pelo HIV. Ressalta-se que ainda não está claro o impacto desta terapia anti-retroviral na incidência de linfomas em indivíduos portadores do HIV principalmente os causados por vírus oncogênicos como o vírus associado ao sarcoma de Kaposi/Herpesvírus Humano tipo-8 (KSHV/HHV-8) e o EBV. O presente estudo visa detectar o EBV em amostras de sangue periférico de 100 pacientes portadores do HIV atendidos no Hospital-Dia de HlV/Aids da Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP. Nos casos EBV-positivos será efetuada a quantificação de carga viral pela técnica de reação em cadeia da polimerase em tempo real (qPCR). Adicionalmente esses casos serão analisados quanto ao genótipo viral presente e freqüência das variantes do gene viral BNFL-1, que codifica a oncoproteína LMP-1 do EBV. Os dados obtidos serão correlacionados com informações clínico-epidemiológicas e de seguimento dos pacientes, incluindo carga viral do HIV-1, contagem de linfócitos T CD4+ e CD8+ e resposta ao tratamento anti-retroviral. (AU)