Filosofia da arte ou filosofia na arte? A dimensão conceitual da experiência estética

Resumo

O objetivo principal desta pesquisa é mostrar como a apreciação dos objetos de arte, particularmente no caso da música e das artes visuais, pode se estender - e de fato estende-se - a um campo em que a filosofia desempenha um papel determinante. A partir do momento em que, desaparecendo a pura contemplação, a experiência artística passa a se estabelecer principalmente em termos conceituais, a obra de arte se transforma de objeto para a sensibilidade em objeto do entendimento; ou, em termos kantianos, de objeto para a capacidade receptiva de formas estéticas em objeto para a faculdade de pensar por meio de conceitos. Essa nova relação se reflete em muitos dos experimentos artísticos do século XX, nos quais, muitas vezes, nas palavras de Marcel Duchamp, "a arte passa a estar a serviço da inteligência.". Por essa razão, a arte moderna e pós-moderna constitui um frutífero campo para investigar as potencialidades da reflexão filosófica como motor para a própria criação artística e, simultaneamente, a possibilidade de uma experiência artística que se constitui - de forma ativa e não meramente receptiva - como reflexão filosófica. O projeto, assim, pretende destacar o papel que pode desempenhar a filosofia na criação e apreciação das obras de arte, alargando as possibilidades de diálogo e intercâmbio entre essas duas áreas. (AU)