Juventude e fé: a JUC e um ideal histórico para o Brasil

Resumo

Na primeira metade do século XX a Igreja Católica brasileira empreende uma reação ao patente divórcio entre o catolicismo e a intelectualidade nacional, bem como ao estado marginal que Igreja se encontrava no panorama político do Brasil. Em 1935 é criada a ACB (Ação Católica Brasileira), um movimento de apostolado leigo que sob o mandato da Hierarquia tinha como meta a "recristianização" dos vários meios por onde este movimento pretendeu, atuar. A Ação Católica especializada para o meio universitário se fez representar pela JUC (Juventude Universitária Católica) que se configurou oficialmente em 1950, atuando em vários estados da federação esses estudantes universitários católicos inclinaram-se numa militância política que no clima histórico da radicalização estudantil nos inícios dos anos 60, assumiu posições importantes na liderança da UNE. Monidos de um arcabouço teórico inspirado no pensamento do filósofo católico Jacques Maritain, ousaram aproximar-se do marxismo assumindo uma prática política notadamente de esquecia, em um texto publicado em 1960 no Boletim oficial do movimento declararam serem favoráveis a uma saída socialista para resolver os problemas econômicos-sociais do país. Este trabalho visa estudar a prática política da JUC no período de 1959 a 1961, bem como a reflexão em torno do Ideal Histórico produzido na mesma época, auge do movimento e início de sua crise com o clero católico que juntamente com a repressão do Golpe de 64 levou ao fim da JUC em 1968. (AU)