Efeitos do tratamento com fitocanabinoides em modelo animal da Doença de Alzheimer do tipo esporádica induzido por estreptozotocina.

Resumo

A doença de Alzheimer (DA) é uma condição neurodegenerativa progressiva e irreversível, sendo uma das formas mais comuns de demência, uma condição crônica caracterizada pelo declínio nas habilidades cognitivas e funcionais, que afeta principalmente pessoas idosas. A DA tem sido responsável por um grande número de hospitalizações e mortalidade, o que leva a uma baixa qualidade de vida de pacientes e cuidadores, e gera altos custos aos sistemas de saúde. Tendo em vista que a população brasileira está atingindo uma maior expectativa de vida, chegando em torno dos 80 anos de idade, a incidência da DA também tende a um aumento expressivo. Diante disso, há uma crescente busca por novas intervenções terapêuticas mais eficazes, que não apenas reduzam os sintomas, mas que também impeçam e revertam o processo degenerativo. A Cannabis sativa, por exemplo, tem sido amplamente estudada, e seus compostos isolados, o CBD e THC, demonstram resultados positivos no tratamento dos sintomas de pacientes com demência. Contudo, estudos prévios mostram que o tratamento com a combinação do THC com o CBD apresenta resultados mais positivos quando comparado ao tratamento com estes compostos utilizados de maneira isolada. Deste modo, o presente estudo busca identificar quais os efeitos da administração do óleo combinado de CBD e THC em um modelo experimental da DA em roedores. Neste estudo serão utilizados ratos Wistar machos, os quais receberão a administração de estreptozotocina (STZ, 3 mg/kg, i.c.v.) e serão tratados com o óleo combinado de CBD+THC previamente caracterizado (contendo 1:1 de THC: CBD, 1,0 mg THC + 1,0 mg CBD) durante 21 dias. Ao longo do tratamento, serão realizados os testes comportamentais de discriminação olfatória, sensibilidade táctil, preferência de sacarose, labirinto em cruz elevado, memória de reconhecimento de objeto novo, alternação espontânea e campo aberto. Ainda, será monitorada a massa corporal dos animais. Ao final do tratamento, os animais serão eutanasiados e seus encéfalos coletados para a análise de imunoistoquímica (peptídeo A¿ e proteína Tau).