O papel da análise digital nuclear comparativa de lesões melanocíticas acrais benignas e malignas

Resumo

Introdução: O câncer de pele melanoma é a oitava neoplasia maligna mais frequente no mundo e a mais letal dentre as neoplasias cutâneas. Existem diversos subtipos de melanoma, decorrentes de uma extensa variabilidade de mutações gênicas e suas repercussões nas vias de proliferação celular. Metodologias baseadas em imagens desempenham um papel crucial na medicina nas últimas décadas. A utilização de um software de análise digital permite a extração de informações de imagens de maneira reprodutível, com grande valor informacional e até mesmo diagnóstico. O ImageJ, é um programa de código aberto utilizado para visualização, quantificação e validação de dados científicos de imagens.A imuno-histoquímica é um método consolidado de análise de proteínas, amplamente utilizado na análise histopatológica de neoplasias. Em especial, para lesões melanocíticas, destacam-se os marcadores: PRAME (antígeno preferencialmente expresso em melanomas, relacionado a fenótipos tumorais mais agressivos quando superexpresso) e Melan-A.O diagnóstico diferencial entre nevos acrais e melanomas acrais é desafiador devido à similaridade morfológica dessas lesões. Métodos tradicionais, como exame clínico e dermatoscopia, apresentam limitações, especialmente na detecção precoce. Assim, o uso de ferramentas de análise digital, como o software ImageJ, e de marcadores imuno-histoquímicos emerge como uma abordagem promissora para melhorar a precisão diagnóstica.Justifica-se, então, a relevância do projeto pelo fato de que não há, até o momento, na literatura vigente, artigo brasileiro publicado que tenha realizado esse tipo de análise de melanócitos para o diagnóstico das lesões melanocíticas acrais em particular e que, portanto, essa integração entre imuno-histoquímica e análise digital promoveria uma abordagem mais robusta e acurada, aumentando a confiabilidade no diagnóstico diferencial das lesões melanocíticas acrais e permitindo o desenvolvimento de novas ferramentas diagnósticas facilmente reprodutíveis.Objetivos: Comparar a morfologia dos melanócitos em lesões benignas e malignas juncionais acrais com a utilização do software Image J, com a assistência do estudo imuno-histoquímico, através dos marcadores PRAME e Melan-A; Identificar se achados citológicos identificados através do software ImageJ -assistidos pelo estudo imunohistoquímico, através dos marcadores PRAME e Melan-A - (área, perímetro, circularidade, densidade, altura, largura, etc.) podem servir como ferramentas auxiliares no diagnóstico e prognóstico de lesões melanocíticas acrais.Métodos: Estudo observacional retrospectivo que se baseará na avaliação digital - assistida pelo estudo imuno-histoquímico, através dos marcadores PRAME e Melan-A - de imagens histológicas escaneadas de pacientes cujos diagnósticos foram realizados no Instituto de Patologia de Araçatuba até o ano de 2018. Serão selecionados os vinte casos mais recentes de cada entidade (nevo juncional acral e melanoma acral in situ) cujas lâminas estejam disponíveis no arquivo do laboratório. As lâminas serão revistas e os diagnósticos das lesões melanocíticas benignas e malignas serão confirmados em consenso por 2 patologistas e, então, escaneadas usando o equipamento Aperio CSTM (Leica Biosystems, USA) no aumento de 40X. Através do programa ImageJ, os núcleos dos melanócitos juncionais serão selecionados de forma manual, um a um, gerando dados relativos à área ocupada, formato, posicionamento, pontos médio, mínimo e máximo e distribuição. Resultados Esperados: Espera-se a publicação de artigos científicos com créditos aos autores; A capacitação do discente envolvido para realização de pesquisas científicas; A apresentação de dados em congressos regionais, nacionais e internacionais e a criação de protocolos de patologia que podem subsidiar a aplicação da análise digital de imagens, assistida pelo estudo imuno-histoquímico, nos casos de lesões melanocíticas acrais na rotina diagnóstica.