Padronizações metodológicas na refrigeração de sêmen canino

Resumo

O avanço das biotecnologias aplicadas à reprodução animal tem aumentado a demanda por serviços qualificados na inseminação artificial em carnívoros, com destaque para o uso crescente de sêmen refrigerado. Esta biotécnica oferece vantagens como a redução do estresse animal, facilita o armazenamento e apresenta melhores taxas de fertilização, em relação ao sêmen congelado. Contudo, a falta de protocolos padronizados pode interferir no sucesso da aplicação da técnica e, consequentemente, reduzir a fertilidade dos reprodutores. Nos últimos dez anos, houve avanço na qualidade do sêmen criopreservado canino, com a utilização de diferentes diluentes, crioprotetores e taxas de refrigeração. Apesar da redução da qualidade espermática estar associada ao tempo e temperatura de armazenamento, os resultados ainda se apresentam melhores em comparação à congelação. Com a utilização de técnicas consagradas na manipulação do sêmen de espécies domésticas, é possível que a refrigeração do sêmen canino possa apresentar melhorias consideráveis. Assim, a remoção do plasma seminal, utilizada principalmente em equinos, é uma técnica promissora que poderá melhorar a qualidade espermática após a refrigeração do sêmen canino. Além disso, a utilização de diluente pode minimizar danos aos espermatozoides, mas a concentração e taxa de diluição ainda precisam ser determinadas. Até o momento, há poucos estudos e metodologias que padronizam e investigam as taxas de diluição ideais, o impacto do armazenamento em temperatura de 5°C e tempo de armazenamento de 24 horas. Logo, deve ser levando em consideração a produção de espécies reativas de oxigênio, com a necessidade de mais pesquisas para otimizar a qualidade do sêmen refrigerado. Assim, a presente proposta tem como objetivo testar a melhor concentração espermática e a influência do plasma seminal e da centrifugação a ser utilizada na refrigeração do sêmen canino, sob os parâmetros de cinética espermática. Para tal, serão utilizados dez cães hígidos, coletados dois ejaculados cada e fracionados nos seguintes grupos experimentais: 1- Controle (diluição 3:1, em relação ao volume total); 2- Centrifugação para remoção do plasma seminal e diluição a 50 e 200 x 106 espermatozoides/mL e; 3- Centrifugação e remoção do plasma seminal, com prévia diluição 2:1, seguindo as mesmas concentrações e submetidos a refrigeração passiva (5°C) durante 24 horas. As avaliações laboratoriais seminais realizadas serão cinética espermática e citometria de fluxo para avaliação das membranas celulares e produção de radicais livres (estresse oxidativo). Espera-se que a diluição e centrifugação para remoção do plasma seminal, promovam a melhor integridade de membrana e cinética espermática na criopreservação do sêmen.