Perfil histopatológico de doenças bacterianas em gambás (Didelphis sp.) no Estado de São Paulo.

Resumo

Animais selvagens atuam como reservatórios e disseminadores de patógenos com potencial zoonótico e estão relacionados a doenças infecciosas emergentes e reemergentes. O monitoramento de doenças e agentes patogênicos na população de animais silvestres é uma ferramenta importante na detecção e prevenção de patógenos de natureza zoonótica, como bactérias, que são causa recorrente de doenças graves em humanos. Zoonoses bacterianas têm potencial epidêmico e representam um risco crescente com o avanço da pandemia silenciosa de resistência antimicrobiana (RAM). Os gambás (Didelphis sp.) são mamíferos marsupiais, de médio porte, com caráter sinantrópico, e que, em ambientes antropizados, apresentam uma alta taxa de interação com seres humanos e animais domésticos. São também considerados reservatórios importantes de doenças de notificação obrigatória no Brasil e outras zoonoses negligenciadas. Levantamentos de doenças infectocontagiosas em fauna silvestre, sobretudo em uma perspectiva de Saúde Única, que considera a circulação de patógenos com potencial epidêmico na interface humano/animal/meio ambiente, são a primeira etapa para detectar possíveis novos patógenos ou caracterizar melhor doenças de impacto. Considerando as lacunas no conhecimento sobre o status sanitário de gambás, este estudo pretende relatar e caracterizar lesões por agentes bacterianos por método histopatológico em amostras recebidas pelo Centro de Patologia do Instituto Adolfo Lutz (IAL) a partir de uma rede de vigilância animal no Estado de São Paulo.