Infecção experimental por vírus sincicial respiratório na gestação: susceptibilidade materna, fetal e proteção via lactação.

Resumo

Infecções por vírus respiratórios são comuns durante toda a vida e costumam ser auto resolutivas. No entanto, em mulheres grávidas, sabe-se que essas infecções podem ser potencialmente mais perigosas devido a mudanças imuno-fisiológicas inerentes à gravidez. O vírus sincicial respiratório (RSV) é considerado o agente viral mais importante das doenças do trato respiratório inferior pediátricas, atingindo principalmente neonatos e crianças menores de 5 anos. Apesar disso, os estudos que abordam a susceptibilidade materno fetal da infecção por RSV durante a gravidez e a proteção transmitida via lactação são limitados. De forma preliminar, nosso grupo de pesquisa identificou que filhotes gestados e amamentados em camundongos fêmeas infectadas com RSV, quando desafiados com o vírus após o nascimento, apresentam carga viral pulmonar significativamente menor em comparação com os animais controle, e, de forma inédita, identificamos a presença de genoma viral em glândulas mamárias de fêmeas infectadas. Não obstante, também demonstramos que células primárias de placenta de camundongos são permissivas a infecção in vitro por RSV. Com base nisso, a presente proposta pretende investigar o impacto da infecção por RSV durante a gestação e lactação na imunidade e suscetibilidade de fêmeas adultas e suas proles. Utilizando um modelo experimental de transmissão vertical, padronizado em nosso laboratório, será feita a avaliação da presença de genoma, proteínas virais e partículas infecciosas em placentas, fetos, glândulas mamárias e leite de fêmeas infectadas durante a gestação. Adicionalmente, será caracterizado o perfil de resposta imune e susceptibilidade das fêmeas infectadas e das proles desafiadas com o vírus após o nascimento.