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A literatura em tempo de barbárie: um estudo sobre romances brasileiros contemporâneos

Processo: 23/13152-5
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
Vigência (Início): 01 de setembro de 2024
Vigência (Término): 31 de agosto de 2026
Área do conhecimento:Ciências Humanas - Sociologia - Outras Sociologias Específicas
Pesquisador responsável:Alexandro Henrique Paixão
Beneficiário:Gisele Novaes Frighetto
Instituição Sede: Faculdade de Educação (FE). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas , SP, Brasil
Assunto(s):Civilização   Mediação   Realismo   Romance   Sociologia da literatura
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Barbárie | Civilização | Mediação | realismo | Romance | Sociologia da Literatura

Resumo

Este projeto propõe estudar as relações entre literatura e barbárie no tempo presente a partir da investigação de romances brasileiros contemporâneos. Muito embora representada por meio da narrativa de eventos de dimensões histórico-sociais bastante distintas, entendemos que uma "estética da barbárie" seria produtiva para compreender a prosa de escritores brasileiros contemporâneos, pela permanência do realismo como refração e mediação, bem como das "estruturas de sentimento" ligadas à experiência de um "mundo hostil". Do ponto de vista temático, é necessário observar que o sentido de barbárie não é unívoco, tampouco estável no tempo, e remonta à própria ideia de civilização como seu antônimo. Contudo, a compreensão da desumanidade dos processos colonizadores levou a uma crise da civilização, igualmente desencadeada pela experiência de destruição do projeto civilizacional iluminista após duas guerras mundiais. Uma dialética do esclarecimento demonstra como a razão ocidental tem funcionado como instrumento de uma lógica espoliadora do capitalismo e, consequentemente, enquanto arma violenta de redução do outro, o que se agudiza na periferia do capitalismo neoliberal contemporâneo. A partir desses pressupostos, uma estética da barbárie é pensada enquanto resistência, na representação literária da desumanização trazida pelo colonialismo e pelos estados de exceção. Esses aspectos serão estudados nas relações entre literatura e sociedade a partir do estudo de um corpus inicial composto pelos romances O avesso da pele (2020), de Jeferson Tenório; O som do rugido da onça (2021), de Micheliny Verunschk; Uma tristeza infinita (2021), de Antônio Xerxenesky e O riso dos ratos (2021), de Joca Reiners Terron.

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