As Damas de Toronto: Filantropia Científica, efeito demonstração ou imperialismo Norte Americano nos anos 1940?

Resumo

Introdução: O ensino de enfermagem no Brasil teve sua primeira iniciativa em 1890. Desde então, outras oito iniciativas ocorreram até 1918. Não foi um processo organizado; o objetivo era prestar melhores cuidados e responder aos avanços da ciência. Os modelos de formação eram diversos: Nightingaleano, Francês, Cruz Vermelha. Contudo, a chegada da Fundação Rockefeller e a organização de uma Escola de Enfermagem, sob modelo anglo-americano, em 1923, remodelaram o ensino de enfermagem brasileiro. Fez parte dos esforços internacionais as Comissões da Fundação Rockefeller para promover o acesso à educação profissional sob uma ideia de filantropia científica de saúde pública e medicina científica. A Fundação também esteve envolvida no desenvolvimento de uma Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo Brasil, com bolsas para educadoras sanitárias brasileiras: Maria Rosa Sousa Pinheiro, Zilda de Almeida Carvalho, Lucia Jardim e Glete de Alcântara (1940-1944, denominada como "Damas de Toronto"). Suas carreiras ajudaram a enfermagem brasileira a alcançar níveis mais elevados de profissionalismo, mas poucos estudos abordaram seu processo de profissionalização. Objetivo: Analisar a trajetória das "Damas de Toronto" desde a Escola de Enfermagem de Toronto até seus papéis na liderança da enfermagem brasileira através das lentes da influência da enfermagem norte-americana. Material e Métodos: Estudo histórico-social utilizando a abordagem da Micro-História. As fontes primárias são documentos das Escolas de Enfermagem da Universidade de São Paulo, Fundação Rockefeller, Universidade de Toronto e outras coleções. Artigos, livros, teses sobre História do Brasil, Fundação Rockefeller, História da Enfermagem no Brasil, constituem fontes secundárias. Análise: A análise inclui o exame dos dados em seu contexto, estabelecendo conexões entre variáveis dentro de uma perspectiva crítica para escrever a narrativa histórica.