Identificação e caracterização de carboidratos presentes em vesículas extracelulares de Candida auris em resposta a exposição a antifúngicos.

Resumo

Candida auris é um patógeno recentemente descoberto que tem atraído a atenção da mídia internacional devido à sua multirresistência aos antifúngicos clássicos empregados no tratamento da candidíase e prevalência em unidades de tratamento intensivo. O sucesso do estabelecimento da infecção se deve a estratégias elaboradas por este fungo para lidar com moléculas defensivas secretadas pelo hospedeiro. Durante o curso do processo infeccioso, a liberação de vesículas extracelulares (VEs) é considerada uma alternativa aos mecanismos canônicos de secreção de biomoléculas que favorece a interação do fungo com o microambiente do hospedeiro e está associada a propriedades imunomoduladoras. VEs fúngicas são compostas por uma bicamada lipídica e transportam lipídeos, proteínas, ácidos nucleicos, pigmentos e carboidratos, sendo cruciais para o processo fisiopatológico. Resultados preliminares do nosso grupo de pesquisa, verificaram alterações nas concentrações e populações de VEs de C. auris, quando este foi submetido ao estresse causado por antifúngico. As alterações observadas motivam a proposta deste projeto de avaliar a produção de VEs frente a exposição a diferentes antifúngicos, bem como a caracterização dos carboidratos presentes. Especificamente, propomo-nos a cumprir os seguintes objetivos: (1) Caracterizar as VEs produzidas por C. auris frente aos antifúngicos; (2) Isolar e caracterizar os carboidratos internos das VEs produzidas; (3) Identificar carboidratos presentes na superfície das VEs obtidas. Nossa expectativa é de que haja carboidratos presentes internamente e externamente nas VEs de C. auris e que a identificação de tais biomoléculas possa apresentar informações cruciais que ajudem a justificar a multirresistência deste patógeno.