Dioramas ilustrados da Mata Atlântica nordestina para o projeto Arca do CEP

Resumo

A Mata Atlântica brasileira representa um dos biomas terrestres mais biodiversos do planeta e, ao mesmo tempo, um dos mais ameaçados pela ação antrópica, restando cerca de 8% da sua cobertura original; a região ao norte do rio São Francisco, designado Centro de Endemismo Pernambuco (CEP), está com menos de 2% de sua área original e tem o maior número de táxons ameaçados de extinção. Uma espécie endêmica se destaca por seu histórico recente de retorno da extinção: o mutum-de-alagoas (Pauxi mitu), uma das aves mais raras do mundo, extinto na natureza desde 1980, que sobreviveu graças a programas de reprodução em criadouro e culminou na reintrodução da espécie em Alagoas em 2019, num evento pioneiro nas Américas. É neste contexto que se propôs o projeto temático ARCA do CEP "Avaliação, Recuperação e Conservação da Fauna Ameaçada de Extinção do Centro de Endemismo Pernambuco", que tem por objetivo melhor conhecer e desenvolver ações para a conservação da região. Tendo em vista os trabalhos realizados em prol da conservação deste ambiente tão ameaçado e biodiverso, o presente projeto busca contribuir para a Divulgação Científica de informações levantadas com as pesquisas do temático ARCA do CEP por meio da elaboração de duas ilustrações tamanho pôster, inspirados em dioramas, que representam imagéticamente impactos da ação antrópica nesse ambiente, sintetizando dados de pesquisa atuais, com o objetivo de divulgar à população como o ecossistema está sendo afetado pela fragmentação intensa. Os dioramas representarão duas situações: uma com o bioma íntegro, mostrando a biodiversidade original, com muitas espécies típicas, presentes num mesmo espaço, apresentadas em suas múltiplas interações; e outro mostrando um ambiente desequilibrado, com menor riqueza mas maior abundância de algumas espécies, com destaque para mesopredadores, num cenário típico de fragmentação; no verso de cada ilustração haverá infográficos representando o histórico de desmatamento e um guia de identificação para aves e pequenos mamíferos. Está previsto o teste desse material em diferentes situações: (a) no formato digital, em redes sociais, para checar o impacto desse material nesse espaço; e (b) presencialmente, com fruição da arte em tamanho original, para grupos de pessoas com diferentes níveis de escolaridade, visando verificar a dependência da escolaridade na decodificação das informações. A hipótese de trabalho se apoia no potencial em informar, através da linguagem imagética, as dinâmicas ecossistêmicas, apontando para o leitor, sempre no universo das imagens, consequências do desequilíbrio provocado antropicamente.