Bolsa 23/14081-4 - Escravidão - BV FAPESP
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"feiticeiros ou irmãos das almas": Práticas religiosas e de cura na Diáspora Atlântica, Vale do Paraíba paulista, final do século XIX

Processo: 23/14081-4
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Doutorado
Data de Início da vigência: 01 de julho de 2024
Data de Término da vigência: 31 de outubro de 2026
Área de conhecimento:Ciências Humanas - História - História do Brasil
Pesquisador responsável:Maria Cristina Cortez Wissenbach
Beneficiário:Yaracê Morena Boregas e Rêgo
Instituição Sede: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Assunto(s):Escravidão
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:cosmovisão africana | Culto às almas | Diáspora africana nas Américas | Escravidão | Pós-emancipação | Vale do Paraíba Paulista | Escravidão e História Atlântica

Resumo

Proponho uma investigação sobre a "Irmandade das Almas", apontada em fontes policiais de 1890 (acervo APESP) como uma organização criminosa, composta majoritariamente por africanos (prováveis ex-escravizados) e atuante em localidades do Vale do Paraíba paulista com a finalidade de "curar e envenenar". Na perspectiva da História Social, objetiva-se primeiramente reconstituir sua história, forma de organização e atuação. Em paralelo, proponho investigar o "culto às almas" citado nas fontes relacionando-o à prática de culto aos ancestrais. Parto da hipótese de que essa Irmandade tenha se constituído como um espaço de expressão e recriação de cosmovisões e epistemologias africanas no Vale do Paraíba paulista, as quais busco identificar e analisar junto a religiosidades diaspóricas mais amplas, a partir de estudos sobre cultos de aflição em sua diversidade de expressões no mundo Atlântico. Para isso, considero a agência dos sujeitos envolvidos no tráfico transatlântico, sobretudo africanos centro-ocidentais, em seu processo histórico de reinvenções contínuas a partir das interconexões culturais da diáspora e do contexto social escravista. Adicionalmente, busco contribuir com os estudos do pós-emancipação, uma vez que a investigação sobre essa Irmandade e outras expressões análogas permitirá conhecer formas de experienciar a liberdade no período pré e pós-emancipação. Serão caracterizadas aí as diversas relações sociais derivadas do escravismo da região em foco (uma das últimas do Império) em contraste com outros contextos escravistas. Por fim, dialogando com estudos sobre cultura material, a pesquisa visa ainda examinar os objetos e substâncias descritos nas fontes, situando-os em sua dimensão histórica e analisando as ressignificações simbólicas em torno de seu uso.

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