A imagem dos imperadores Valentiniano I e Valente nas narrativas historiográficas de Amiano Marcelino e Eunápio de Sardis (séculos IV e V d.C.)

Resumo

Na pesquisa que propomos através desse projeto, analisaremos de que maneira foram construídas as imagens dos imperadores romanos Valentiniano I (r. 364-375) e Valente (r. 364-378) nas obras de dois dos maiores historiadores classicizantes da Antiguidade Tardia: Eunápio de Sardis (fl. ca. 400), cujos fragmentos foram preservados nas Excerpta Constantiniana e em grande parte na obra de Zósimo (fl. ca. 500), e Amiano Marcelino (fl. ca. 390). Com a morte do imperador Juliano em 363 e o fim da dinastia constantiniana, Valentiniano I e depois Valente foram elevados ao augustato em umcontexto de instabilidade e incertezas. Diante da necessidade de afirmar a legitimidade de seu poder e sua dinastia, os imperadores buscaram retratar-se em inscrições e moedas como "o martelo dos bárbaros", protetores das fronteiras e garantidores da paz no interior do Império. Através do estudo de elaborações discursivas sobre os dois imperadores nas narrativas de Amiano e Eunápio, buscaremos compreender em qual medida, nessas tradições historiográficas distintas, os esforços quase "propagandísticos" de ValentinianoI e Valente produziram resultados nos meios sociais desses autores no sentido de perpetuarsua imagem como imperadores fortes e capazes de gerir o Império. (AU)