Caracterização molecular do colágeno estromal prostático de ratos expostos durante um longo período a uma mistura de desreguladores endócrinos ambientalmente relevante

Resumo

A exposição frequente a desreguladores endócrinos (DEs) tem causado um desequilíbrio na homeostase de órgãos hormônio-dependentes, como a próstata, desencadeando alterações histopatológicas e moleculares que podem culminar com o surgimento de doenças crônicas, como o câncer. Os DEs são compostos exógenos encontrados no ambiente por meio da produção de diversos produtos cotidianos, incluindo plastificantes, herbicidas, lubrificantes, solventes, entre outros. A exposição contínua a essas substâncias pode influenciar o processo de diferenciação prostática e o controle da homeostase, alterando o metabolismo de componentes estruturais importantes, como o colágeno. Grande parte dos estudos avaliam os efeitos dos DEs de maneira fragmentada, distanciando-se da exposição ambiental à que os seres humanos estão submetidos. Na tentativa de abordar essa problemática, conduziremos análises moleculares na próstata ventral de ratos expostos desde a vida intrauterina (do dia gestacional 7 ao dia pós-natal 21) até a idade adulta (do dia pós-natal 22 ao dia pós-natal 220) a uma mistura de doze compostos (fitalatos, pesticidas, herbicidas, fungicidas, filtros UV, bisfenol A, butilparabeno (32,11 mg/kg/dia) diluídos em óleo de milho (2 ml/kg) e um grupo controle (veículo: óleo de milho, por gavagem). Esse projeto é um recorte do Auxílio a Pesquisa FAPESP (2018/24044-0) e, portanto, o delineamento experimental já foi realizado. A próstata ventral foi coletada, processada e será realizada a expressão por RT-qPCR de colágeno (tipo I e tipo III), metaloproteinases (MMPs - componentes-chave na modulação da matriz extracelular) e inibidores de metaloproteinases teciduais (TIMPs), assim como a avaliação da atividade das MMPs por zimografia. Dado que alterações nesses componentes estão relacionadas a desestabilização da homeostase do órgão, espera-se que a exposição a longo prazo a DEs seja capaz de alterar a expressão gênica do colágeno e também influenciar diretamente a ação dos TIMPs e MMPs, impactando na organização da matriz extracelular.