Efeitos da restrição proteica materna sobre parâmetros metabólicos e estresse oxidativo no fígado da prole de ratos machos velhos: uma abordagem DOHaD

Resumo

Condições adversas na gestação e/ou primeira infância podem acarretar alterações morfofisiológicas na prole, condição associada às Origens Desenvolvimentistas da Saúde e Doença (DOHaD). A restrição proteica materna (RPM) é um dos modelos utilizados para os estudos acerca desse conceito, e estudos experimentais elucidam que tal condição é associada a doenças metabólicas, cardiovasculares e renais, afeta parâmetros reprodutivos e aumenta a incidência de alguns tipos de câncer. Neste contexto, tem-se demonstrado que o fígado, órgão central do metabolismo e detoxificação, também é afetado pela exposição à RPM, e os impactos no período gestacional e no início da vida podem potencializar os efeitos durante o envelhecimento. Assim, o objetivo desse projeto é avaliar se a RPM afeta a morfofisiologia hepática de ratos ao envelhecimento, com enfoque em parâmetros inflamatórios. Para isso, ratos Sprague Dawley foram divididos em dois grupos experimentais: 1- Controle (CTR): Ratos nascidos de mães que consumiram ração normoproteica (17% proteína) e água ad libitum durante a gestação e lactação; 2- Restrição proteica materna (GLLP): Ratos nascidos de mães que consumiram ração hipoproteica (6% de proteína) durante a gestação e lactação e que após o desmame consumiram ração normoproteica e água ad libitum até o dia pós natal (DPN) 540, quando foram anestesiados, pesados, eutanasiados e o fígado foi coletado. Estas amostras foram processadas, e serão utilizadas para análises morfológicas, morfométricas, imuno-histoquímica para marcação de células do sistema imune (CD4, CD8 e CD68), além da expressão proteica, por western blotting, para fatores pró-inflamatórios (TNF± e IL6) e anti-inflamatórios (TGFß1 e IL10). Assim, os resultados esperados são que a RPM module a morfofisiologia hepática desde o período gestacional, criando-se uma janela de suscetibilidade a distúrbios metabólicos com o desenvolvimento, levando a um desbalanço nos parâmetros inflamatórios hepáticos ao envelhecimento.