Bolsa 24/01795-1 - Bothrops, Toxicologia - BV FAPESP
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Investigação da degradação da membrana basal por venenos de serpentes do gênero Bothrops para determinar estratégias para intervenções médicas.

Processo: 24/01795-1
Modalidade de apoio:Bolsas no Exterior - Estágio de Pesquisa - Doutorado
Data de Início da vigência: 01 de julho de 2024
Data de Término da vigência: 28 de fevereiro de 2025
Área de conhecimento:Ciências Biológicas - Fisiologia - Fisiologia de Órgãos e Sistemas
Pesquisador responsável:Karen de Morais Zani
Beneficiário:Nathália da Costa Galizio
Supervisor: Rachel Lennon
Instituição Sede: Instituto Butantan. Secretaria da Saúde (São Paulo - Estado). São Paulo , SP, Brasil
Instituição Anfitriã: University of Manchester, Inglaterra  
Vinculado à bolsa:21/07627-5 - Caracterização do perfil coagulotóxico de venenos de serpentes da família Viperidae de importância médica no Brasil, BP.DR
Assunto(s):Bothrops   Toxicologia
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Basement membrane | bothrops | Toxinologia

Resumo

Os acidentes ofídicos são classificados pela Organização Mundial da Saúde como uma doença tropical negligenciada e responsáveis por aproximadamente 2,5 milhões de casos de envenenamento resultando em 150 mil mortes por ano, especialmente em regiões rurais da África, Ásia, América Latina e Oceania. No Brasil, a família Viperidae representa o grupo de serpentes mais importante para a saúde pública, pois são responsáveis pela maioria dos acidentes ofídicos registrados. Dentre os efeitos decorrentes desses acidentes, os distúrbios hemostáticos causados pelos venenos das mais diversas espécies de serpentes desempenham papel central na fisiopatologia do envenenamento e na captura de presas. Os venenos de serpentes, principalmente aquelas pertencentes às famílias Elapidae e Viperidae, possuem diversas toxinas que interagem com a cascata de coagulação sanguínea e com o sistema fibrinolítico. Metaloproteinases (SVMPs) são os principais componentes dos venenos de serpentes do gênero Bothrops e são classificadas como P-I, P-II ou P-III. SVMPs fazem parte da família de proteínas ADAM (uma desintegrina e metaloproteinase) e ADAMTS (ADAM com motivos de trombospondina). As membranas basais (BM) são matrizes extracelulares aderentes às células e formam estruturas semelhantes a folhas que sustentam os epitélios e circundam a maioria dos tecidos. As BMs são compostas por lamininas, colágeno IV, nidógenos e os proteoglicanos de heparan sulfato (HSPGs) perlecan e agrina. SVMPs podem interagir com BMs e degradar seus componentes, levando à hemorragia de forma semelhante às proteínas ADAMs. Os venenos de serpentes Bothrops podem causar hemorragia através da degradação de componentes estruturais importantes na membrana basal, sendo classificados como hemotóxicos, pois apresentam atividades coagulotóxica (pró-coagulante) e hemorrágica. Além disso, venenos pró-coagulantes podem causar coagulopatia induzida por veneno, o que pode exacerbar a hemorragia no envenenamento. A variabilidade intraespecífica dos venenos de serpentes associada à sua diversidade funcional é particularmente crítica quando se considera a sua reatividade com o antiveneno. Assim, compreender as variações inter e intraespecíficas em serpentes peçonhentas e sua ação no envenenamento humano é essencial para a produção e uso eficiente de antivenenos. Tendo em vista a complexidade do envenenamento causado por espécies de serpentes pertencentes à família Viperidae e o impacto à saúde pública, o desenvolvimento de um estudo multifacetado comparando o perfil coagulotóxico e hemorrágico das espécies peçonhentas é de extrema importância. Assim, com o objetivo de complementar a caracterização do perfil coagulotóxico de venenos individuais de espécies de serpentes pertencentes ao gênero Bothrops com alta importância médica em diferentes regiões brasileiras (bolsa de doutorado FAPESP 2021/07627-5), este projeto se propõe a estudar a degradação da membrana basal causada pelo veneno das mesmas espécies de serpentes.

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