Taxa de acumulação de sedimentos terrígenos e pelágicos durante o último ciclo glacial ao longo da margem equatorial da América do Sul

Resumo

A dinâmica inerente à produção e transporte de sedimentos em uma bacia sedimentar está intimamente relacionada às condições climáticas dominantes. Estas condições podem responder a processos que atuam em diversas escalas, desde processos regionais até processos globais. A taxa de sedimentação é um dos indicadores mais tradicionais para inferir o volume de sedimentos acumulados em um determinado intervalo de tempo. Variações no acúmulo de sedimentos podem refletir processos condicionados pela variabilidade climática da região. Este projeto de pesquisa de iniciação científica tem por objetivo determinar a taxa de sedimentação entre o Último Máximo Glacial (23,000 - 19,000 anos atrás) e o Holoceno médio (6,000 anos atrás) na margem continental nordeste da América do Sul desde a Guiana Francesa até o Nordeste do Brasil. O material utilizado neste projeto corresponde a uma coleção de 10 testemunhos sedimentares recentemente coletados nesta região durante uma expedição científica a bordo do navio de pesquisa francês R/V Marion Dufresne como atividade da expedição AMARYLLIS (From Amazon deep-sea sediments to natural climate variability and slope instability processes). Para isto, 20 amostras serão datadas através do método radiocarbônico empregando o material carbonático de microfósseis marinhos (foraminíferos planctônicos). Aliado a isto, datações radiocarbônicas anteriormente publicadas serão compiladas para compor este novo conjunto amostral. Este projeto, portanto, permitirá melhorar o entendimento sobre a dinâmica sedimentar em uma vasta área ao largo da América do Sul, conectando esta dinâmica aos padrões climáticos vigentes de precipitação e circulação oceânica no Atlântico.