Impacto da exposição perinatal a resíduos plásticos sobre alvos funcionais e oncogênicos na próstata de ratos e células prostáticas humanas

Resumo

O microambiente intrauterino têm sido alvo de importantes alterações devido a interferência de fatores ambientais e/ou socioeconômicos, que podem gerar consequências tardias. O problema do plástico é um dos maiores desafios de saúde pública do planeta. Pesquisas mostraram que a produção global de plástico foi de 400 milhões de toneladas em 2015, e segundo estimativas, 12 bilhões de toneladas de resíduos plásticos devem ser produzidos em 2050. Quando os plásticos entram no meio ambiente, eles se degradam para formar microplásticos (MPs) e nanoplásticos (NPs) que penetram no corpo através da respiração, da ingestão de água e alimentos contaminados e da pele. Os ftalatos são aditivos plásticos, que não estão covalentemente ligados ao polímero, e então, são facilmente liberados no meio ambiente. Os ftalatos representam uma classe de moléculas detectadas em diferentes proporções e concentrações no leite materno, na urina de gestantes, no líquido amniótico e na placenta humana e de roedores. Devido a extrema importância do assunto, o estudo busca analisar os aspectos histopatológicos e o perfil proteômico da próstata de ratos adultos e velhos expostos no período perinatal a uma mistura de diésteres de ftaltatos (MFs) e NPs, além de investigar alterações em células PNT-2 prostáticas humanas normais imortalizadas submetidas a tratamento similar com uma mistura de monoésteres de ftalatos e NPs. Para o estudo in vivo, ratas prenhes da linhagem Sprague Dawley serão distribuídas em 5 grupos experimentais: G1: (controle; veículo); T1: 20µg/kg/dia MF; T2: 200mg/kg/dia MF; T3: NPs; T4: 20µg/kg/dia MF + NPs; T5: 200mg/kg/dia MF + NPs. A proporção da mistura foi baseada em estudo que determinou a quantidade dos diferentes ftalatos na urina de gestantes, e as doses foram baseadas na dose de exposição ambiental e ocupacional. Serão utilizadas nanoesferas de poliestireno de 100 nm na concentração de 1,0 mg/kg/dia. O tratamento será feito por gavagem do dia gestacional 10 (DG10) ao dia pós-natal 21 (DPN21). Nos DPN120 e DPN540, as próstatas ventrais serão coletadas dos machos F1 para análises histológica e analises proteômicas, onde as amostras serão analisadas por espectrometria de massas (LC-Ms/Ms). Para o estudo in vitro, as células prostáticas humanas PNT-2 serão expostas a MFs e NPs continuamente, por 15 e 30 passagens e serão avaliadas a expressão gênica (RTq-PCR) e a abundância de proteínas por WB. Os genes e as proteínas a serem testados serão selecionados a partir de resultados dos nossos experimentos in vivo e da análise in sílico.