Bolsa 23/14109-6 - Neoplasias do colo uterino, Infecções por Papillomavirus - BV FAPESP
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O efeito da expressão de oncoproteínas do papilomavírus humano na regulação do gene RECK

Processo: 23/14109-6
Modalidade de apoio:Bolsas no Exterior - Estágio de Pesquisa - Pós-Doutorado
Data de Início da vigência: 01 de março de 2024
Data de Término da vigência: 28 de fevereiro de 2025
Área de conhecimento:Ciências Biológicas - Microbiologia - Biologia e Fisiologia dos Microorganismos
Pesquisador responsável:Enrique Mario Boccardo Pierulivo
Beneficiário:Suellen da Silva Gomes Herbster
Supervisor: Lawrence Murren Banks
Instituição Sede: Instituto de Ciências Biomédicas (ICB). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Instituição Anfitriã: International Centre for Genetic Engineering and Biotechnology (ICGEB), Itália  
Vinculado à bolsa:20/15732-0 - Papel das proteínas RECK e RECK B no processo de transformação celular mediado por Papilomavírus Humano (HPV), BP.PD
Assunto(s):Neoplasias do colo uterino   Infecções por Papillomavirus   Virologia
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:câncer cervical | ChIP | Estabilidade de RNA mensageiro | Oncoproteínas virais | papilomavírus humano | Reck | Virologia

Resumo

O aumento da expressão e atividade de metaloproteinases de matrix (MMP) do tipo 2 e 9 são as alterações de matriz extracelular (MEC) mais reportadas ao longo da transformação da cérvix uterina pelo papilomavírus humano (HPV). Anteriormente, reportamos que estes eventos estavam correlacionados com a redução da expressão de inibidores de MMP, como a proteína REversion-inducing Cysteine-rich protein with Kazal motifs (RECK). Níveis reduzidos de mRNA e proteína RECK têm sido observados em diversos tipos de câncer, onde níveis detectáveis de expressão são associados com melhor prognóstico dos pacientes. Recentemente, demonstramos a baixa expressão do gene RECK em linhagens celulares derivadas de tumores cervicais e lesões precursoras do câncer cervical. Observamos ainda que a expressão de oncoproteínas de HPV16 estava associada a redução dos níveis proteicos de RECK em modelo de queratinócitos primários. Além disso, mostramos que a superexpressão de RECK levou à redução da capacidade tumorigênica in vivo de linhagens celulares transformadas por HPV e à alteração do infiltrado inflamatório destes tumores. Este estudo ainda apontou que a redução dos níveis de mRNA de RECK estava associada com à progressão de lesões precursoras, com a presença de metástase e resposta ao tratamento em pacientes com câncer cervical. A proteína RECK é capaz de inibir a atividade de serina proteases e regula diversos eventos fisiológicos que incluem a manutenção da MEC, formação adequada de vasos durante da embriogênese, organogênese, integridade tecidual, diferenciação neuronal e formação de membros. O mRNA de RECK pode sofrer splicing alternativo que leva ao surgimento de sequencias variantes que incluem a isoforma RECK B (NM_001316346.2). Dados preliminares do nosso laboratório mostram uma precoce e progressiva hipermetilação do promotor de RECK em lesões precursoras e câncer cervical invasivo quando comparados com cérvix normal. Ainda, observamos que a hipermetilação em cg01258587 contida no promotor de RECK apresenta correlação inversa com a expressão de seu mRNA tanto em câncer cervical quanto em amostras de câncer de cabeça e pescoço depositadas na base de dados pública, TCGA. Por fim, demonstramos ainda que a expressão de oncoproteínas de HPV16 levou a menor ativação do promotor mínimo de RECK in vitro. A atividade oncogênica de Ras já foi associada à redução da atividade do promotor de RECK em modelo de câncer de pulmão, em parte pela sua atuação no complexo de repressão formado com HDAC1, Sp1 e pRbAp46. Análises in silico do nosso grupo mostraram que há potenciais sequências de ligação a NFºB, ER, Sp1, HIF1± e E2F no promotor de RECK. Já foi demonstrado que E7 de HPV16 pode induzir a formação de um complexo com NFºB-p50-p65, ER±, HDAC1 e JARID1B e que este evento estava associado com a repressão da expressão do gene TLR9. Assim, hipotetizamos que este pode ser o mecanismo de regulação negativa do gene RECK associado à expressão da proteína E7 de HPV16. Temos como objetivo definir se a regulação negativa da expressão do gene RECK diante da expressão de E6 e E7 de HPV depende da sua ligação ao promotor e descrever seus parceiros moleculares através de imunoprecipitação de cromatina (ChIP), seguido de ensaios de ocupação de promotor por PCR. Em tempo, observaremos o impacto da expressão de E6 e E7 de HPV sobre a expressão e estabilidade do mRNA de diferentes isoformas de RECK em células epiteliais primárias, imortalizadas e transformadas por HPV. A candidata realizará estes experimentos no laboratório liderado por Lawrence Banks no International Centre for Genetic Engineering and Biotechnology/ICGEB, Itália. Este estudo trará respostas sobre o mecanismo de regulação negativa do gene RECK associado a transformação celular por HPV, que pode contribuir para a maior compreensão de neoplasias associadas à infecção persistente por este vírus e um futuro delineamento de terapias alvos baseadas no gene RECK para estes tumores.

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