Avaliação da toxicidade de surfactantes e do petróleo no meio marinho com uso de bioensaios com o dinoflagelado bioluminescente Pyrocystis lunula

Resumo

A Década Internacional dos Oceanos para o Desenvolvimento Sustentável, declarada pela ONU, abrange o período entre 2021 e 2030, com o intuito de promover a preservação dos oceanos e a gestão dos recursos naturais de zonas costeiras. Ao mesmo tempo, sabe-se que as atividades antrópicas têm impactado muito as zonas costeiras, se tornando necessário o desenvolvimento de ferramentas inovadoras para a avaliação dos efeitos de poluentes no meio marinho. Nesse cenário, se encontra o uso da bioluminescência para avaliações rápidas por meio de testes ecotoxicológicos específicos para o meio marinho. Considerando os surfactantes como poluentes muito comuns encontrados nos efluentes domésticos, industriais e como resultado da limpeza de tanques e reservatórios, o mar tem sido o destino final deste tipo de poluente, introduzido de forma contínua. Ademais, os acidentes com derramamento de petróleo que atingem a zona costeira, incluindo berçários da vida marinha, como os estuários e manguezais, provocam impactos negativos sobre a biota. Nesse contexto, muitas vezes os tensoativos se apresentam como soluções para remoção do óleo, sendo importante aumentar o conhecimento da ação destes contaminantes sobre os seres vivos, tanto os unicelulares quanto os pluricelulares, pois todos possuem sistemas membranosos lipoproteicos sensíveis à ação de detergentes e do petróleo. Desta forma, urge o acompanhamento deste tipo de poluição em sistemas marinhos. Esta é a proposta desta pesquisa, ou seja, estudar os efeitos de surfactantes e do petróleo sobre o dinoflagelado bioluminescente Pyrocystys lunula, utilizando a medida da bioluminescência como ferramenta com potencial tecnológico inovador e de resposta rápida na avaliação de impacto ambiental.