O uso da modelagem baseada em agentes como um método para inferir sobre a ocupação humana de grupos forrageadores pré-históricos no Estado de São Paulo

Resumo

A mobilidade humana é um tema que tem sido amplamente explorado por arqueólogos a partir do estudo dos artefatos e da sua relação no tempo e no espaço. Ao longo das décadas, os métodos e as técnicas para rastrear e inferir sobre a dispersão dos grupos humanos pré-históricos foram ampliados com os avanços das tecnologias computacionais. Recentemente, o conceito de Modelagem Baseada em Agentes (ou "Agent Based Modeling" - ABM) tem se estabelecido como um novo método eficiente, capaz de elaborar simulações sobre comportamentos coletivos. Este projeto propõe combinar Sistemas de Informação Geográfica (SIG) e ABM com o objetivo de elaborar um modelo que permita investigar como a variabilidade lítica poderia estar relacionada com a dispersão de grupos forrageadores pré-históricos no Estado de São Paulo, tendo como base a interação dos grupos com diferentes ambientes. O modelo se valerá de dados arqueológicos pré-existentes (localização de sítios líticos e artefatos diagnósticos), compilados pela proponente deste projeto, assim como por informações etnográficas, mas diferirá das abordagens comumente utilizadas uma vez que não se limita somente ao registro arqueológico ou cronologias para inferir sobre a movimentação de grupos pela paisagem. O caráter pioneiro desta proposta reside no fato de que os resultados observados na simulação permitirão testar hipóteses previamente estabelecidas e propor outras novas, viabilizando analogias com o que já se conhece, fazendo o caminho oposto ao da arqueologia convencional. O projeto ainda prevê um estágio no exterior a ser realizado na Arizona State University-ASU no Center for Social Dynamics and Complexity, com a supervisão do Dr. Michael Barton, coordenador do citado laboratório. (AU)