Os livros didáticos italianos e a circulação do fascismo nas cidades de São Paulo e de Buenos Aires 1922 a 1943

Resumo

O presente projeto analisará a circulação dos ideais fascistas e a alteração da noção de italianidade e de nacionalidade expressos em livros didáticos difundidos nas cidades de São Paulo e de Buenos Aires entre os anos de 1922 e 1943. São Paulo e Buenos Aires foram, e ainda são, as duas cidades da América Latina com maior concentração de italianos e descendentes. Os livros didáticos italianos circularam por meio das nomeadas escolas italianas nos diversos países em que havia um contingente de italianos, como o Brasil e a Argentina. Durante o período do governo de Benito Mussolini, os livros foram instrumentos importantes para a disseminação da sua ideologia, portanto a italianidade e a nacionalidade passaram a se confundir com o fascismo. Nesse sentido, os livros didáticos italianos foram utilizados para instruir essa população escolar e educar para a italianidade e, no período estudado, para uma italianidade fascista. Nessa direção, a análise pretendida será realizada a partir dos conteúdos escritos e dos aspectos materiais, pelo viés da cultura material escolar. Para compreender a circulação internacional do ideário fascista através dos livros, a escolha teórica é a da história transnacional da educação. O corpus empírico, majoritariamente, será composto pelos livros didáticos italianos salvaguardados em diferentes instituições de memória. A pesquisa sobre esses livros didáticos italianos é ainda incipiente na história da educação, justificando o presente projeto. (AU)