Impacto da Estratégia Nacional para Prevenção e Atenção à Obesidade Infantil (PROTEJA) sobre cobertura do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional entre crianças menores de dez anos

Resumo

A dupla carga de má nutrição é um complexo problema de saúde pública no cenário atual do país, principalmente em decorrência dos impactos duradouros sobre crescimento e desenvolvimento das crianças. Assim, é fundamental estimular a ampliação e a incorporação de ferramentas de vigilância alimentar e nutricional na rotina da atenção primária em saúde como estratégia de avaliação e monitoramento do estado nutricional da população infantil e planejamento de políticas públicas. Objetivo: O presente estudo propõe avaliar o impacto da Estratégia Nacional para Prevenção e Atenção à Obesidade Infantil (PROTEJA) na cobertura do estado nutricional de crianças menores de dez anos e no marcador de aleitamento materno exclusivo (AME) em menores de seis meses no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN Web). Métodos: Trata-se de um experimento natural prospectivo baseado em dados secundários agregados em nível municipal. O grupo intervenção será definido pelos municípios que aderiram voluntariamente à PROTEJA (n=1.320) e o grupo controle (n=1.320) será formado por pareamento em escore de propensão, a partir de características socioeconômicas, geográficas, demográficas e de saúde. Modelos de diferenças em diferenças serão utilizados para comparar as diferenças médias dos grupos ao longo do tempo (pré- e pós-implementação) em relação à cobertura do estado nutricional e do marcador de AME, incluindo variáveis de controle para minimizar potenciais efeitos externos. Resultados esperados: Espera-se identificar diferenças significativas entre grupos de municípios ao longo do tempo, de forma a constatar efeitos da PROTEJA em termos de cobertura do estado nutricional e do marcador de AME no SISVAN Web nos municípios aderentes à estratégia. Consequentemente, será possível identificar características da implementação do programa, assim como avaliar potenciais fragilidades no processo de implantação, propondo modificações em dimensões específicas do plano de implementação para fomentar a expansão da estratégia nos demais municípios brasileiros em ciclos seguintes. (AU)