Os efeitos do resveratrol nas sirtuínas-1 e -3, nos receptores solúveis de produtos de glicação avançada e na expressão gênica de proteínas inibidoras de apoptose em mulheres com doença arterial coronária no período pós-menopausa

Resumo

As doenças cardiovasculares (DCV) e as neoplasias são as principais causas de morte em mulheres brasileiras. A doença arterial coronária (DAC) e o acidente vascular cerebral (AVC) foram responsáveis por aproximadamente 54% das mortes por DCV nessa população. No Brasil, os cânceres foram a segunda causa de morte e, em 2017, foram responsáveis por 58% das mortes em mulheres. DCV e câncer compartilham alguns fatores de risco, e o controle desses fatores associa-se a uma redução significativa na incidência de câncer. Essas duas causas de morte, embora aparentemente díspares, compartilham semelhantes estilos de vida e fatores de risco à saúde, sugerindo algumas vias e redes moleculares básicas comuns. Nas mulheres, a presença de estrogênio tem efeitos protetores contra aterosclerose e, com a queda da produção hormonal na menopausa, a incidência e prevalência de DAC aumentam substancialmente. Apesar de a via estrogênica supostamente ter efeito central nesse aumento de risco, ainda se discute se outros mecanismos não-estrogênicos estão relacionados, visto que a reposição isolada do hormônio não reduz eventos cardiovasculares. Sirtuínas e receptores solúveis de produtos de glicação avançada (sRAGE) associam-se à maior proteção vascular, enquanto o papel das proteínas inibidoras da apoptose, uma via ligada à maior incidência de câncer, ainda não está claro no contexto da aterosclerose. O resveratrol é um dos principais ativadores das sirtuínas e potencialmente modula essas vias metabólicas, reduzindo o risco cardiovascular. Este ensaio clínico randomizado, duplo-cego, paralelo e controlado por placebo, será realizado em 80 mulheres no período pós-menopausa e com DAC analisará o efeito do tratamento com resveratrol na concentração sérica e na expressão gênica das sirtuínas-1 e -3, na concentração sérica sRAGE e na expressão gênica das proteínas inibidoras de apoptose.