Também o Belo deve morrer! Uma investigação sobre as origens do cansaço romanesco

Resumo

No presente projeto, recorre-se ao cansaço para se debater uma mudança de paradigma, cujas manifestações podem ser antevistas no enfraquecimento figurativo do protagonista empreendedor. Espera-se demonstrar como o impulso de conquista do mundo, tematizado frequentemente no Realismo, é substituído por uma regressão do desejo, a qual se torna recorrente no Modernismo, notadamente no gênero romanesco. Para tanto, propõe-se, inicialmente, uma revisão do contexto sócio-histórico europeu do fim do século XIX, momento em que, ao menos a princípio, se apregoava a ideologia burguesa de ascensão econômica; bem como um estudo do início do século XX, período marcado já de saída pela Primeira Guerra Mundial. Intenta-se, posteriormente, uma discussão teórica sobre o declínio do agenciamento, estabelecendo Madame Bovary e A educação sentimental de Gustave Flaubert como marcos não temporais. Objetiva-se, finalmente, um exercício de crítica literária mais detido ao se analisar O som e a fúria de William Faulkner e A vida breve de Juan Carlos Onetti com base na hipótese do cansaço romanesco.