Resistência à fadiga de uma zircônia ultra translúcida (5Y-PSZ) infiltrada por vidro

Resumo

A infiltração de vidro em cerâmicas policristalinas viabiliza melhores propriedades ópticas, mecânicas e adesivas. A despeito de tais vantagens já haverem sido comprovadas para as zircônias de 1a e 2a gerações, estes materiais são suscetíveis à degradação em baixas temperaturas (DBT), o que motivou o escopo central do auxílio JP #2012/19078-7 para o desenvolvimento de compósitos associando zircônia e alumina. Dados do auxílio JP reportados à FAPESP e publicados pela nossa equipe demostraram o desenvolvimento com sucesso de compósitos resistentes à DBT, no entanto a opacidade desses sistemas viabiliza o uso apenas para infraestrutura. Portanto, a infiltração de vidro tem sido proposta a fim de melhorar as propriedades ópticas e mecânicas desses sistemas (FAPESP #2019/08693-1, #2020/12874-9, #2021/06730-7 e #2021/07440-2). Por outro lado, as zircônias de 3a geração são resistentes a DBT, uma vez que sua microestrutura contém majoritariamente fase cúbica e não sofre transformação de fase, o que, em contrapartida, restringe o processo de tenacificação e reduz drasticamente o seu desempenho mecânico. Assim, o desenvolvimento de um vidro para a infiltração gradada de zircônias de 3a geração, visando o aprimoramento das propriedades mecânicas, estéticas e adesivas foi proposto por nosso grupo de pesquisa e esta em execução através da concessão da bolsa de pós-doutorado da orientadora dessa proposta (FAPESP #2021/07440-2). Resultados preliminares, apresentados no projeto, demonstraram a eficácia da técnica de infiltração de vidro na 5Y-PSZ através da caracterização da microestrutura e do conteúdo cristalino por MEV e DRX, respectivamente. No entanto, também se faz necessário investigar a performance desse material quando submetido a cargas cíclicas e umidade. Portanto, este projeto propõe a avaliação de uma zircônia de 3a geração infiltrada por vidro quando submetida à fadiga. Discos de 5Y-PSZ serão confeccionados (n=46). Metade dos espécimes será infiltrado por vidro seguindo a metodologia proposta em FAPESP #2021/07440- 2. Os discos serão submetidos ao teste de fadiga acelerada progressiva em umidade até a falha ou suspensão. A distribuição das falhas será utilizada para determinar as curvas de probabilidade Weibull e a probabilidade de sobrevida. O modo de falha será determinado através de estereomicroscópio.