Estudo do fenômeno de cavitação de microbolhas por ultrassom para realização de revascularização miocárdica

Resumo

Doenças cardíacas isquêmicas, em especial, o infarto agudo do miocárdio (IAM), representam uma grande parcela das causas de morte nacionais e globais, além de potencialmente debilitarem a saúde daqueles que sobrevivem a tais ocorrências. Os tratamentos existentes, como a angioplastia e o uso de trombolíticos, não são suficientes para mitigar a situação e apresentam riscos e desvantagens. Dessa forma, estuda-se alternativamente a sonotrombólise com microbolhas, método que aplica ultrassom à região com coágulos e, na presença de microbolhas injetadas na corrente sanguínea, causa perturbações mecânicas no trombo, desobstruindo os vasos e restaurando a circulação. Este processo conta com o fenômeno de cavitação, deformações volumétricas e/ou destruição das microbolhas como resultado da variação de pressão gerada pelo ultrassom. A cavitação pode ser tanto inercial quanto estável, dependendo das características das ondas emitidas pelo tratamento. Atualmente, adaptações de equipamentos de ultrassom para diagnóstico são comumente feitas para executar a sonotrombólise, não havendo a otimização do processo, principalmente quanto ao regime de cavitação. Portanto, é preciso compreender quais as configurações ideais de implementação da terapia e como executá-las. Este trabalho, por meio de estudos experimentais, busca entender a influência de parâmetros como a frequência e amplitude do ultrassom na cavitação das microbolhas, auxiliando tanto no desenvolvimento dos dispositivos portáteis para tratamento do IAM como também em outras aplicações da cavitação acústica, como a administração localizada de medicamentos.