Padrões de levantamento andino nos Andes Equatorianos

Resumo

Reconstruir a evolução topográfica das montanhas ajuda a entender os processos geodinâmicos que moldam a superfície da Terra. O Alto de Napo e um alto estrutural nos Andes frontais no nordeste do Equador e está relacionado à atividade ao longo de um sistema profundo de falhas de cavalgamento. Dados de termocronometria e procedência sedimentar revelam que a exumação a oeste do Alto de Napo, na Cordilheira Real no Equador, ocorreu desde o Cretáceo Superior (Spikings et al., 2010). No entanto, o soerguimento da superfície, ou seja, a evolução topográfica na região, é bem menos conhecida. Aqui pretende-se avaliar as tendências espaciais no soerguimento de rochas (1) adquirindo novos dados de traços de fissão de apatita (AFT) e (U-Th)/He no embasamento e em rochas sedimentares com vários graus de alteração térmica do Alto de Napo, e (2) realizar modelagem termocinemática de dados termocronológicos para quantificar as taxas de deformação tectônica. O objetivo da Bolsa para um Estágio de Pesquisa no Exterior (BEPE), na Universidade de Rennes, gira em torno da quantificação direta do conteúdo de urânio e outros dados multi-elementares em apatitas usando espectrometria de massa de plasma indutivamente acoplado por ablação a laser (LA-ICP-MS). Essa técnica permite a aquisição simultânea de idades U-Pb e dados geoquímicos multi-elementares, como Cl, elementos de terras raras e outros elementos traço comumente usados em AFT e análise de proveniência (Chew e Spikings, 2015). Além disso, a análise AHe também será adquirida usando uma laboratório recentemente estabelecida no Instituto de Geociências de Rennes. Finalmente, os dados geocronológicos e geoquímicos detríticos serão usados para identificar populações usando um método recentemente desenvolvido pelo Prof. Gallagher e seu grupo pelo qual populações individuais são modeladas independentemente para estimar a história térmica tanto da rocha sedimentar quanto de sua área de origem (Wildman et al, 2020). Adquirir e interpretar dados termocronológicos com essas técnicas permitirá uma melhor caracterização da proveniência e histórias térmicas dos Andes equatorianos. (AU)