Papel da proteína Anexina A1 em modelo experimental da Doença de Parkinson

Resumo

A Doença de Parkinson (DP) é caracterizada como um distúrbio neurodegenerativo de alta incidência na população mundial, e que atinge homens e mulheres principalmente entre 45 - 54 anos. Estudos recentes demonstram que a neuroinflamação é uma condição crucial da DP, incitando a busca por tratamentos mais efetivos com foco na inflamação. Neste contexto, destacamos a Anexina A1 (AnxA1), uma proteína anti-inflamatória capaz de regular a neuroinflamação e a ativação do inflamassoma NLRP3, um sensor citoplasmático que atua na progressão da DP, relações ainda não exploradas em modelo de DP. Assim, avaliaremos o papel da AnxA1 em modelo murino de DP induzida pela neurotoxina 6-hidroxidopamina (6-OHDA). Camundongos machos e fêmeas C57Bl/6 selvagens (WT) e nocautes para AnxA1 (AnxA1-/-), serão distribuídos em três grupos (n =12/grupo): Sham, 6-OHDA+Salina e 6-OHDA+Ac2-26. Os grupos 6-OHDA+Salina e 6-OHDA+Ac2-26 serão submetidos a cirurgia estereotáxica para infusão de 6-OHDA no corpo estriado (CPu) direito (ipsilateral). O CPu esquerdo (controle; contralateral) receberá 1 ¼L de solução veículo (solução salina com ácido ascórbico a 0,1%). O grupo Sham receberá apenas salina no CPu ipsi e contralateral. O grupo 6-OHDA+Ac2-26 receberá 1 dose do Ac2-26 (100 µg/animal, i.p.) logo após a infusão da 6-OHDA, seguida de mais 6 doses diárias do peptídeo. O grupo 6-OHDA+Salina receberá apenas salina. O efeito da ausência da AnxA1 e do tratamento farmacológico com o Ac2-26 serão observados por teste comportamental. Avaliaremos histologicamente o CPu e a Substância Negra (SN) do mesencéfalo, especialmente os neurônios, micróglia (Iba-1) e astrócitos (GFAP); o padrão de expressão e possíveis co-localizações da AnxA1, Fpr2, e NLRP3 em astrócitos e micróglia por imuno-histoquímica e imunofluorescência; RNAm dos genes da AnxA1, Fpr2, ASC, caspase 1, NLRP3 e alfa-sinucleína por RT-PCR; expressão proteica da quinase ERK, caspase 1 e IL-1b por western blotting na CPu e SN; perfil leucocitário do sangue periférico por citometria de fluxo; dosagem de citocinas (TNF-alfa, IL-1b, IL-6, IL-10 e MCP-1) e peptídeo beta-amiloide por ensaio multiplex. Os estudos contribuirão para uma melhor compreensão dos mecanismos de ação da AnxA1 e seu peptídeo, bem como suas possíveis aplicações terapêuticas na DP. (AU)