Eficácia de dentifrícios contendo carvão ativado na alteração de cor e efeito na rugosidade superficial e desgaste do esmalte

Resumo

Os dentifrícios denominados clareadores geralmente se baseiam na atuação de abrasivos e/ou agentes químicos. As indústrias de produtos de higiene bucal vêm desenvolvendo uma gama de produtos visando a remoção de manchamentos extrínsecos. Dentifrícios contendo carvão ativado vêm ganhando maior popularidade, sendo seu suposto mecanismo de ação baseado em dificultar a adsorção de pigmentos ao dente. Apesar do crescente uso, a falta de clareza em relação à eficácia e segurança é associada a esses produtos, sendo necessários estudos com metodologias que visem simular as condições clínicas com maior fidelidade. Assim, neste trabalho, propusemo-nos avaliar o efeito de dentifrícios contendo carvão ativado na alteração de cor do dente e na rugosidade superficial do esmalte, considerando seu modo de ação químico (sem abrasão) e químico-mecânico (com abrasão), além da perda de superfície do esmalte após a escovação. Espécimes em dente bovino polido serão divididos em seis tratamentos: água deionizada (controle negativo- CN); Colgate® Máxima Proteção Anticáries (Dentifrício tradicional - controle positivo - CP); Colgate® Luminous White Carvão Ativado (LW); Oral-B® 3D White Therapy Charcoal (3DW); Curaprox® Black is White (BW); Dermavita® Whitemax (Pó de carvão ativado - WP). Na etapa 1 do estudo, serão testados os mecanismos de ação envolvendo ou não a abrasão (químico e químico-mecânico). Será realizada uma ciclagem de manchamento/tratamento (imersão em soluções de manchamento - 10 min, saliva artificial - 30 min e nas suspensões de dentifrícios - 2 min) repetida 28 vezes, simulando quatro semanas de tratamento. Nos grupos de desafio químico/mecânico, será realizada abrasão em máquina de escovação (15s - 200g) durante a exposição às suspensões de dentifrícios. A cor (L*a*b*) e a rugosidade superficial (Ra) serão mensuradas por espectrofotômetro de reflectância e perfilômetro de contato, respectivamente. Na etapa 2, o potencial abrasivo dos dentifrícios será avaliado por meio da mensuração do desgaste dos espécimes através de perfilometria. Espécimes adicionais serão divididos nos mesmos grupos testados no experimento da etapa 1. Serão então submetidos a 100.000 ciclos de abrasão. Análises perfilométricas serão realizadas em cinco tempos: inicial, após 25.000, 50.000, 75.000 e 100.000 ciclos para determinação da perda de superfície do esmalte (¼m). Os dados serão submetidos à análise estatística apropriada, de acordo com a aplicação dos testes de normalidade e homocedasticidade, a um nível de significância de 5%. (AU)